Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República, enganou-se nas contas quando referiu que a transladação dos restos mortais de Eusébio para o Panteão Nacional teria «custos muitos elevados, na ordem das centenas de milhares de euros». Segundo as contas feitas por vários jornais, a transladação, que só poderá ocorrer daqui a um ano, poderá nem chegar aos 50 mil euros.

O «Correio da Manhã» diz que as declarações da presidente do Parlamento provocaram «incómodo na coligação PSD/CDS», enquanto o jornal «O Jogo» recorda que a transladação do escritor Aquilino Ribeiro, em 2007, não foi além dos 43 mil euros. O «Jornal de Notícias» também diz que o processo, que será decidido pelos grupos parlamentares, «custa 50 mil euros».

A decisão da eventual transladação dos restos mortais de Eusébio para o Panteão Nacional cabe, em exclusivo, à Assembleia da República. Esta honra, que só pode ser concedida um ano depois da morte do distinguido, destina-se, segundo diz a lei, «a perpetuar a memória dos cidadãos portugueses que se distinguiram por serviços prestados ao país, no exercício de altos cargos públicos, altos serviços militares, na expansão da cultura portuguesa, na criação literária, científica e artística ou na defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e da causa da liberdade».

As mais recentes transladações para o Panteão Nacional, situado na Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa, foram a da fadista Amália Rodrigues (2001) e do escritor Aquilino Ribeiro (2007).