No útlimo teste antes dos jogos a sério o Benfica perdeu com o Lyon, no Algarve. O jogo que contava para a Internacional Champions Cup e simultaneamente para a Eusébio Cup, mostrou um Benfica bipolar, maldisposto na defesa e alegre no ataque, com custos na primeira derrota nesta pré-época: atrás os encarnados foram muito permissivos e à frente tiveram grande pontaria para acertar nos postes da baliza francesa.

Rui Vitória manteve a aposta no 4x3x3 e lançou de início o onze que deverá também ser o titular na próxima semana no jogo com o Fenerbahce, da 1ª mão da terceira eliminatória da Liga dos Campeões. O alemão Vlachodimos ganhou a corrida da baliza e a defesa manteve-se intocável, em relação ao ano passado. No meio Gedson continua a merecer a confiança do treinador e no ataque Ferreyra foi o segundo reforço que entrou no onze.

O Benfica entrou bem no jogo, a pressionar à entrada do meio-campo do Lyon, dificultando a organização ofensiva dos franceses. Com uma pressão alta limitava a ação do adversário obrigando-o ao erro e à perda de bola. E a conquista de metros foi evidente que até viu-se Fejsa a recuperar bolas próximo da área do Lyon.

Assim, os encarnados foram mais perigosos e Gedson (8) só pecou na finalização quando rompeu pela esquerda, ficando em boa posição no interior da área, mas o remate foi defendido por Gorgelin.

No entanto, se as sucessivas (e bem sucedidas) trocas de bola nas movimentações ofensivas dos encarnados encantavam os seus adeptos, a defender causava apreensão, principalmente quando os franceses atacavam o lado esquerdo, colocando Grimaldo e Jardel em dificuldades: aos 11 minutos, Traoré sentou o capitão do Benfica e, aos 17, Mariano Diaz ganhou com facilidade posição de remate. Em ambas as jogadas resultaram situações  de perigo para a baliza de Vlachodimos.

As mesmas facilidades foram concedidas nos cinco minutos finais e com consequências no resultado: aos 41, Marcelo escapou à marcação de Gedson num canto e foi cabecear para golo no meio de Rúben Dias e André Almeida e quatro minutos depois Traoré, com uma simulação, tirou Grimaldo da frente ficando com campo aberto para elevar a contagem. Foram facilitismos a mais que preocupam a poucos dias do jogo com o Fener e que surgiram depois de o Benfica ter pontaria a mais para acertar nos ferros da baliza de Gorgelin: aos 28, por Salvio e aos 38, por André Almeida, tendo ambos visado o poste esquerdo. Mas, acrescente-se, o Lyon, antes de marcar, também teve oportunidades, com Vlachodimos a salvar o Benfica em duas ocasiões de forma a justificar porque é a primeira opção para a baliza.

Após o intervalo Rui vitória colocou em campo Conti, Zivkovic e Castillo e o Benfica melhorou, encostando os franceses no seu meio-campo e conseguindo evitar as transições rápidas que causaram calafrios até ao intervalo. E Pizzi, logo na reabertura do jogo, voltou a acertar no poste esquerdo da baliza francesa, após boa combinação com André Almeida.

Só dava Benfica e adivinhava-se o golo, que surgiu aos 59 por Pizzi, que finalizou com um toque por cima de Gorgelin, após ficar na cara do guarda-redes, numa assistência de Salvio. Pouco depois o português esteve próximo de bisar num livre direto e o empate apareceu rápido, aos 64, num autogolo de Marcelo, que cortou de forma deficiente um cruzamento de Zivkovic, na esquerda.

O Benfica foi rápido a anular a vantagem do Lyon, mas não conseguiu evitar a derrota. Mariano Diaz também teve pontaria para acertar nos ferros e uma distração de André Almeida esteve na origem do terceiro golo dos franceses, já perto do final e quando os encarnados tinham mudado - desde a entrada de Jonas, aos 71 - para 4x4x2, diga-se, sem êxito, face à ausência de situações que pudessem inverter o rumo do jogo.

No golo que ditou a derrota, Terrier ganhou a frente a André Almeida e finalizou um cruzamento atrasado da direita. Mais uma distração que custou caro...

Uma reparo ao árbitro Hélder Malheiro: o jogo não é oficial mas há situações que não podem passar em claro, principalmente do foro disciplinar: aos 24 minutos Depay desentendeu-se com Cervi, empurrou o argentino ... e o árbitro apenas mostrou o  cartão amarelo ao internacional holandês. Se fosse num jogo a doer, certamente que a cor seria outra. Mas, a autoridade de Hélder Malheiro ficou colocada em causa e deu abertura a outras situações mais ríspidas entre os jogadores...