O ex-ciclista dinamarquês Bo Hamburguer confessou, num livro publicado esta quarta-feira, que administrou EPO (eritropoietina) de forma continuada, entre 1995 e 1997, e que a maioria do pelotão também o fazia. Hamburguer retirou-se no ano passado depois de ter sido vice-campeão do mundo de estrada e revelou ainda que «naquela época não havia outra alternativa.»
No livro «O maior prémio, as confissões de um ciclista», o dinamarquês explica que «a dopagem era uma parte do ciclismo de meados dos anos noventa e as vitórias começaram a ser criadas a partir da igualdade de condições entre todos.»
A maior polémica surge quando o ciclista admite que o doping «era» uma prática alargada a todo o pelotão negando a possibilidade de alguns corredores não saberem nada sobre o tema. «Era uma prática generalizada no pelotão internacional. Estava a ser ultrapassado por ciclistas que antes superava. Não queria estar na corda bamba, não podia aceitá-lo. No meu mundo o ciclismo é branco e negro: ou corria a alto nível ou não corria. O ciclismo significou tanto para mim que até vendi a minha mulher para chegar aos meus objectivos. Então, porque não usar EPO?»