A jogarem no Chipre desde o início da temporada, Cuco e Gonçalo Costa têm o futuro indefinido. Será que a equipa mais portuguesa do Chipre vai perder o toque lusitano que a caracteriza? É possível. Pelo menos alguns dos seus intervenientes podem mudar de ares.

No caso de Gonçalo Costa, as perspetivas futuras são simples. «Penso voltar a Portugal, numa questão de gestão de carreira. Sou um potencial convocado para a seleção de sub-21 e, desde que vim para aqui, perdi visibilidade», acrescenta.

O defesa formado no Real Massamá e que passou por Sporting e Belenenses quer voltar a fazer parte das opções dos selecionador, Rui Jorge. Curiosamente, Gonçalo foi treinado pelo atual selecionador das esperanças nacionais quando jogava pela equipa do Restelo.

Paragem obrigou a dar o salto

E como é que Cuco foi parar ao Chipre? Campeão da Liga de Honra com o Beira-Mar (treinado por Leonardo Jardim), não foi opção regular e optou por procurar um clube onde pudesse jogar mais. Como a I Liga era difícil, o objetivo era ficar na Honra mas numa equipa com ambições de promoção.

Contudo, não surgiram opções interessantes e Cuco ficou sem jogar um ano. Depois surgiu a hipótese Doxa e agora até é o capitão da equipa. Esta é a primeira experiência fora de Portugal.

Essa função de capitão da formação cipriota faz com que Cuco não pense no futuro. «As perspetivas têm de ser passo a passo. E com o estatuto que tenho agora, o meu único objetivo é ser campeão da II Liga. O meu papel ainda não chegou ao fim, depois sim posso falar sobre a renovação», disse.

Passado no Sporting ao lado do CR7

Cuco esteve presente na equipa do Sporting B, onde foi colega de Quaresma. A experiência não correu bem. «Foi a primeira vez que estive fora de casa. Tinha tudo para correr bem e só posso agradecer ao clube a oportunidade e lamentar não ter conseguido agarrá-la».

Só para demonstrar a inadaptação, Cuco relembra que assinou «por três anos e ainda na primeira época» pediu a rescisão.

Agora com 29 anos, o médio recorda-se dos tempos que passou em Alvalade e de Cristiano Ronaldo. Até ironiza a situação. «O Cristiano era grande craque nos juvenis, mas eu na altura até tinha mais estatuto do que ele. Era júnior e estava na equipa B».

Na sua curta carreira, Gonçalo Costa destaca os tempos que passou no Sporting, onde partilhou o balneário com Renato Neto, Cédric Soares e Nuno Reis. «Sinto-me muito orgulhoso por ter feito parte daquela equipa», admite.

«Foi lá que percebi que era esta a carreira que eu queria para a minha vida». Dos tempos de jogador do Belenenses, onde esteve dois anos, realça a «evolução a nível futebolístico»

Eurico Gomes e Jorge Viana: treinadores marcantes

De todos os treinadores que o orientaram, Cuco guarda sempre boas recordações. «Com todos aprendi e todos me marcaram positivamente», vinca. Carlos Alberto Silva, Carlos Brito e Leonardo Jardim foram alguns dos técnicos que teve, mas quem mais o marcou foi Eurico Gomes.

«É um catedrático do futebol. Com o currículo e capacidade que tem merecia estar num nível mais alto». Outro treinador é Jorge Regadas, que o orientou no Freamunde. «Apostou em mim e estarei sempre grato. Ambos são fora de série. Têm qualidades únicas».