* Enviado-especial do Maisfutebol aos Jogos Olímpicos
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O avião está prestes a partir da cidade do Porto. A meio da fila, mergulhado no anonimato possível, Rafael Nadal. O Maisfutebol, de bilhete na mão, aborda o campeão espanhol antes da partida para o Rio de Janeiro. Fica combinada uma conversa curta à chegada a solo brasileiro.

Nas nuvens, a planar sobre o Atlântico, Nadal segue em classe executiva, distante do nosso jornal. Dez horas de viagem, filmes, leituras sonolentas, simpatia permanente para os autógrafos e fotografias da praxe.

Campeão olímpico em 2008, Rafa Nadal está na fase final da recuperação a um problema no punho esquerdo. Já no Rio, no caminho para a validação das respetivas credenciais, a mini-entrevista apalavrada deixa perceber que o maiorquino não está especialmente confiante.

«Sinto-me bem, mas estive parado e não sei como vou reagir nos próximos dias e ao aumento da carga de treino», diz Rafa Nadal, pólo vermelho, calças cinzentas, bandeira de Espanha em cima do coração.

Nadal vai competir no quadro de singulares, mas também nas variante de pares - com Marc Lopez - e pares mistos - ao lado de Garbine Muguruza.

«É impossível dizer que vou jogar a um grande nível. Parei dois meses, penso que não é fácil atingir um nível forte em nenhuma das categorias. Mas vou dar tudo, claro, é um privilégio».

Já rodeado por outros elementos da comitiva espanhola, como o tenista David Ferrer e os ciclistas Alejandro Valverde e Joaquim Purito Rodriguez, Rafa Nadal ouve o Maisfutebol a sublinhar a ausência do amigo e rival Federer.

«A lesão dele é uma lástima. Estou triste por não tê-lo aqui no Rio de Janeiro», confessa o antigo número um do ranking ATP, no Brasil em busca da melhor forma e do pódio olímpico.

Rafa despede-se e parte com a sua entourage para a zona de saídas. Um batalhão de repórteres espanhóis recebem-no como a um herói. Um homem de palmarés riquíssimo e palavra séria.