Dulce Félix foi uma das participantes na maratona de Boston e viveu bem de perto as duas explosões que aconteceram no final da prova. Na chegada a Portugal, disse que continuará a competir, mas que terá sempre receio de algo do género possa acontecer. «Claro que o medo vai ficar sempre. Será que vai voltar a acontecer, será que não? Mas temos de enfrentar a vida e ultrapassar este momento e pensar daqui para a frente noutras coisas», admitiu.

A atleta lusa encontrava-se no restaurante a almoçar depois de já ter terminado a prova e admitiu que desvalorizou o primeiro rebentamento, pensando tratar-se apenas de festejos. «Acabei a prova e passada uma hora e meia tudo aconteceu. Estava no restaurante e ouvimos o primeiro estrondo, mas não demos muita importância, porque havia festa lá fora».

Mas quando ouviu a segunda explosão, ficou deveras alarmada. «Ficamos preocupados e a olhar uns para os outros. Em seguida a organização reuniu todos os atletas de elite num piso, por questões de segurança.»,afirmou Dulce Félix.

A atual campeã europeia contou que, através das janelas do hotel, observou pessoas em sobressalto a fugir, aos gritos e a chegada imediata dos serviços de socorro. Inclusive sentiu-se amedrontada com tudo o que estava a assistir. «Procurámos ter calma e tentámos saber o que estava a acontecer. Vimos pela televisão e pela janela as pessoas a fugirem, as ambulâncias a passar e todos em pânico. Nós também estávamos em pânico, mas tentámos manter a calma».

No que à prova diz respeito, Dulce Félix (campeã europeia nos 10.000 metros e vice-campeã europeia no corta-mato) arrecadou um nono lugar na maratona de Boston, onde até conseguiu liderar a prova durante a maior parte do tempo.