Faz cinco anos no próximo dia 7 de Dezembro. O F.C. Porto venceu o Chelsea pela primeira e única vez. Antes do reencontro entre dragões e blues, marcado para quarta-feira, nada melhor do que recordar esse 2-1. Damien Duff deu a vantagem aos londrinos aos 34 minutos, mas a reviravolta foi servida com requintes de malvadez: Diego e McCarthy deixaram Mourinho à beira de um ataque de nervos.
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O special one deixara o F.C. Porto meses antes, da maneira que se sabe. Logo após a conquista da Champions. Nesse regresso chegou a comparar a Cidade Invicta a Palermo, naquilo que os portistas consideraram uma provocação. O duelo, diz Baltemar Brito ao Maisfutebol, foi emocionalmente muito forte.
«Foi um jogo de sentimentos intensos. Tínhamos feito duas épocas e meia fantásticas no Porto e voltar ao Dragão tinha de ser especial. Diria que encontrei um ambiente estranho», recorda o antigo colaborador de José Mourinho, que acompanhou o técnico até ao fim no Chelsea.
«Nós já nos tínhamos qualificado, mas queríamos vencer. O F.C. Porto ganhou com mérito. Fez dois grandes golos na segunda parte. Até ao intervalo o plano delineado pelo Mourinho estava a ser correctamente executado.»
«Quando se ganha as amizades são mais fortes»
Para Baltemar Brito, o actual F.C. Porto «não está tão forte» como o F.C. Porto orientado pelo espanhol Victor Fernandez. Mas, segundo defende o treinador, nestas partidas tudo é possível.
«O Porto está a oscilar muito, parece-me pouco equilibrado. Mas no ano anterior também teve um ciclo negativo e depois recuperou. A grande força do clube é a união que tem nestes momentos menos bom. O Chelsea continua fortíssimo. Tenho lá ainda muitos amigos», refere.
«Quando se ganha as amizades são mais fortes. Eu ganhei no Porto e no Chelsea, por isso tenho bons amigos nos dois lados. De qualquer forma, desta vez torço pelo F.C. Porto, que tanto precisa de melhorar.»
Baltemar Brito ainda colabora com José Mourinho. Visiona adversários e possíveis contratações «sempre que o Zé me pede». Mas as saudades do ambiente de balneário já são muitas. «Sinto muita vontade de voltar a trabalhar num clube. Estou livre e receptivo a um eventual convite.»
«Mourinho não gosta de perder nem a feijões»
Areias também aguarda colocação, curiosamente. O lateral esquerdo, agora com 32 anos, foi titular nesse triunfo do F.C. Porto perante o Chelsea e recorda ao Maisfutebol alguns pormenores que envolveram a partida.
«Fizemos um bom jogo, uma noite muito bem conseguida. No PSG-CSKA o resultado correu a nosso favor, por isso apuramo-nos para os oitavos-de-final. O jogo que fica para a história nessa época é a Taça Intercontinental, mas a seguir a vitória sobre o Chelsea foi a que nos deu mais prazer», vinca Areias.
«Foi um jogo de muita pressão. Havia uma certa tensão no ar, por tudo o que envolvia o Mourinho, os adeptos e os dirigentes. O Chelsea já estava apurado, mas o Mourinho não gosta de perder nem a feijões. Também por isso soube melhor. Foi um jogo que me ficará para sempre na memória. Foi histórico para mim. Nunca imaginei estar no Dragão completamente cheio, a viver todas aquelas emoções.»
A ficha de jogo do F.C. Porto-Chelsea (07/12/04):
F.C. PORTO: Nuno; Seitaridis, Jorge Costa, Pedro Emanuel e Areias; Costinha, Maniche e Diego (César Peixoto, 79); Luís Fabiano (Postiga, 76), Derlei (Quaresma, 60) e McCarthy.
Suplentes: Rui Sacramento, Ricardo Costa, Bosingwa e Pepe.
CHELSEA: Petr Cech; Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Terry e Wayne Bridge; Gallas, Smertin (Tiago, 66) e Lampard; Scott Parker, Duff (Robben, 55) e Drogba (Kezman, 79).
Suplentes: Cudicini, Makelele, Geremi e Gudjohnsen.
Golos: Duff (34), Diego (61) e McCarthy (86).