O F.C. Porto segue em festa. Nos preparativos para o jogo do ano, o campeão nacional abriu as comemorações de um título cada vez mais anunciado e, sobretudo, cada vez mais sentido nas hostes azuis e brancas. E há motivos para isso, tamanha é a força demonstrada pelo tricampeão, como se viu no segundo acto frente aos tricolores, depois de um foguete de Bruno Alves ter dado início às celebrações. O Estrela foi apanhado na onda gigante de Manchester.
Um quarto de hora de orgulho amadorense não chegou para ferir o F.C. Porto. Helton não vacilou, teve par de intervenções importantes, para segurar, até aí, o nulo. Jesualdo Ferreira chamou a «segunda linha» para o embate e 15 minutos volvidos, já Madrid e Farías mostravam serviço, mesmo que a combinação entre os argentinos tenha terminado em defesa espectacular de Nélson.
O F.C. Porto entrava na partida, preparavam-se as gargantas para gritar golo, e o aquecimento durou até ao minuto 29. Bruno Alves quis redimir-se do erro de Old Trafford, e enviou uma bomba, na cobrança de livre, que só parou nas redes de Nélson. Resolvido um dos principais problemas da equipa esta época, golos no Dragão, o Estrela ficava mais longe de discutir o resultado e também mais distante da baliza de Helton.
Na primeira parte, ainda houve tempo para Sapunaru fazer uma inaudita incursão na área tricolor, servido por Farías, nos 45 iniciais mais «tabelador» que finalizador. Isso iria mudar mais tarde, aquando do 2-0, que não chegou nesse lance, porque o lateral romeno atirou para fora. Até aí, o desempenho não era de gala, mas cumpria osserviços mínimos.
Hulk traz força e Farías os golos
Recebido com aplausos no regresso dos balneários, o F.C. Porto entrou em jogo como não fizera no primeiro tempo. Melhor e com Hulk e Guarín nos lugares de Cristian Rodriguez e Raul Meireles. Houve lugar a contestação ao árbitro, mas isso ficou para segundo plano em dois tempos.
A força do campeão fez-se sentir, Lucho imaginou, Hulk provou que sabe passar a bola e Farías, sempre no sítio certo, descansou os adeptos, não fosse haver algum percalço. 2-0 no placard, bombos em ritmo acelerado nas bancadas e a pedir por mais. Laterais em acção, centrais a subir no terreno, chamados ao centro da festa, cruzamento de Bruno Alves e bis de Farías. Estava resolvido o jogo.
Lucho saía, o comandante ia descansar para quarta-feira, mas Tarik trouxe ritmo africano à festa. O F.C. Porto tinha o Estrela encostado e quando era previsível que a cabeça entrasse na Liga dos Campeões, o campeão nacional preferiu dar sequência à excelente segunda parte e, de ocasião em ocasião, fez os adeptos saltar das bancadas.
Sapunaru e Farías abriam de espanto as bocas dos portistas, com oportunidades desperdiçadas na cara de Filipe Mendes, suplente na baliza do lesionado Nélson. Outras houve até final, e até uma «rosca» de Mariano fez sorrir os adeptos, que aplaudiram de seguida e despediram-se da equipa ao som de «campeões, campeões».
No dia em que recebeu duas taças conquistadas nas duas épocas anteriores, com assobios para o presidente da Liga, o F.C. Porto agendou nova entrega. Mais que os resultados, são as exibições que argumentam que assim seja.