A história do Portimonense como clube tem mais 90 anos que a de Litos como treinador. Ainda assim, quando se trata de preparar uma equipa para entrar no reino do dragão, é o técnico que tem a mais bela história para contar. Na primeira e única tentativa, Litos conseguiu abrir as bocas de espanto dos adeptos portistas e pontuar no Dragão. O Portimonense, em 15 jogos, perdeu todos.

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O feito do, agora, treinador algarvio remonta à temporada 2004/05, precisamente a sua primeira no banco. Então ao serviço do Estoril, empatou 2-2 com a equipa de Victor Fernandez e tornou-se um dos primeiros a avisar que o F.C. Porto campeão europeu não estava bem. Viria a confirmar-se.

Nesse encontro brilhou Pinheiro, agora no Feirense, com um «golaço» que fez, na altura, o 2-1. Antes tinha marcado NDoye. Luís Fabiano e Pepe deram o empate aos portistas.

«O ambiente nesse jogo foi impressionante, estádio cheio. O F.C. Porto tinha acabado de ser campeão europeu e tinha outra vez uma equipa muito forte. Acabámos por ser felizes, o Jorge Baptista fez uma grande exibição, defendeu um penalty e tudo. Para uma equipa que tinha acabado de chegar à Liga, foi um resultado muito importante», explicou Pinheiro ao Maisfutebol.

E o médio não tem problemas em afirmar que o empate e, mesmo, o seu golo, teve o dedo de Litos. «Foi uma jogada ensaiada, pelo mister. Havia um jogador que fazia de conta que ia à bola, mas depois tocava-se para outro, que era eu. Saiu bem e foi um grande golo, dos melhores da minha carreira, até porque foi ao grande Vítor Baía. O trabalho de casa do mister Litos saiu bem», referiu este autêntico especialista a festejar contra os grandes: marcou aos três.

Elias: regressa um dos campeões com Mourinho

Desse grupo do Estoril que travou o F.C. Porto não foi só Litos a migrar para o Algarve. Elias, na altura suplente não utilizado, regressa a uma casa que conhece bem. Em 2002/03, Mourinho consagrou-o campeão nacional.

«Há sempre aquele gostinho de ter passado por lá, não digo que não. Quando se vive momentos muito bons num sítio não tem como não recordar. Fui feliz no tempo que lá estive, fui campeão, foi muito bom», afirmou Elias ao nosso jornal.

O jogador recorda que «ninguém» esperava que o Estoril, uma equipa que «vinha da II Liga» conseguisse pontuar no Dragão. Agora o cenário é semelhante. «Quem sabe não podemos repetir?», questiona o brasileiro.

«Dragão é o estádio mais complicado da Liga»

Elias não esconde algum desconforto pelo rumo que a sua carreira levou. No F.C. Porto havia poucas oportunidades, regressou ao Brasil, mas por pouco tempo. Naquela altura, parecia que nada lhe saía bem.

«Quando fui campeão imaginava um futuro diferente. Era novo, passavam muitas coisas pela minha cabeça. Mas depois o regresso ao Brasil correu mal. Lá estavam empolgados com o miúdo que vinha da Europa e eu achei que ia ser muito bom. Não foi», lamenta.

Acabou por construir a carreira em Portugal, em clubes de média dimensão. A experiência colhida nestes anos não lhe deixa dúvidas: o Estádio do Dragão mete respeito. «É o mais difícil para jogar em Portugal. Desde que estou cá, só no ano passado vi o Benfica mais forte, de resto foi sempre o F.C. Porto, por isso é natural que seja o Estádio mais complicado para quem vai lá jogar», resumiu.

Recorde o golo de Pinheiro: