Pinto da Costa defendeu nesta quinta-feira em tribunal que os cerca de 618 mil euros que os membros do Conselho de Administração da SAD do F.C. Porto receberam em 2004/05 «foram gratificações e não distribuição de lucros».
O presidente do clube e da SAD foi ouvido no Tribunal do Comércio de Gaia ao abrigo do processo movido por Alexandre Magalhães, accionista da SAD, alegando uma distribuição «indevida e ilegal» dos lucros entre os administradores. O promotor do processo alega que, tendo a SAD apresentado em 2003/04 resultados negativos transitados, essa atribuição seria ilegal.
Pinto da Costa alegou desconhecimento técnico para responder a várias questões, segundo relata a Lusa, mas rebateu a tese da distribuição de lucros, contrapondo com a de «gratificação pelos resultados desportivos e financeiros». Defendeu também que «as contas são passadas à lupa por vários entidades, que nunca reportaram nada de anormal».
O dirigente recordou ainda que os prémios foi atribuído pela Comissão de Vencimentos, tendo como base o «acerto das decisões tomadas pelos elementos do CA» relativas à época que culminou com a conquista do título europeu.
Além dos 1,7 milhões de euros de salários, os administradores da SAD foram premiados com cerca de 618 mil euros, que foram lançados na contabilidade como custos com o pessoal.
Fernando Gomes, ex-administrador da SAD, também considerou os prémios como «gratificações extraordinárias» e não distribuição de lucros.
Alexandre Magalhães contesta ainda o lançamento nas contas do clube das aquisições e vendas dos jogadores sem o conhecimento das comissões envolvidas. Pinto da Costa e Fernando Gomes alegam que é prática habitual. «Desde 1997, altura da fundação da SAD, a alienação de um jogador é sempre feita da mesma forma, ou seja, quer seja venda ou compra, pelo valor líquido e tal nunca foi questionado», afirma Fernando Gomes, citado pela Lusa.
O julgamento prossegue a 8 de Abril.