O ar que se respira no Dragão hipnotiza. Peitos repletos de paixão e orgulho, enobrecidos pelo quarto título consecutivo. Comunhão azul e branca anunciada, artérias repletas nos acessos atrofiados ao estádio de tantas conquistas.

O tempo ajuda, convida ao passeio, ao destilar do clubismo garboso. Altivo, diletante, o povo chega e encaminha-se às bancadas, hoje repletas mais cedo do que o costume. Há razões para isso. A direcção quer um dia diferente, marcante, e monta um palco no relvado da glória.
Aí estão eles, os tetracampeões. Numa marcha desalinhada, chegam ao palanque do triunfo, um a um, muitos com a descendência ao colo e/ou pela mão. O povo gosta, o povo vibra, isto é euforia popular, de massas.
Talvez impelido pelo ambiente de conquista, um adepto mais atrevido pede a namorada em casamento. Em directo, ao vivo, a cores, a plateia aplaude e não aceita um «não». Corações entrelaçados, um beijo sela o arrojo e dá o mote: a relação da cidade com o clube está mais forte do que nunca.
Mais logo, depois do futebol, há mais folia. O «Via Tetra» vai tomar conta da Baixa.
Cronologia de uma celebração:
18 horas: subida dos campeões, um a um, ao palco montado no relvado;
18h23: adepto faz pedido de casamento em directo no relvado do Dragão;
18h25: ecrans gigantes passam imagens do triunfo portista em Braga;
18h40: coreografia nas bancadas, o «Tetra» desenhado a azul e branco
18h55: entrega do troféu de campeão da Liga 2008/09.
19h00: pontapé de saída do F.C. Porto-Sp. Braga.