Leandro Lima foi esta sexta-feira suspenso por noventa dias devido à alteração da idade, num caso que se arrastou ao longo da segunda metade da época. Já o F.C. Porto foi ilibado de qualquer culpa no mesmo processo, por ter ficado provado que não teve influência no mesmo. O acórdão da Comissão Disciplinar da Liga permite, de resto, perceber toda a história da mudança da idade de Leandro Lima.
Antes de mais, o nome é falso. Não o nome profissional, mas o nome pessoal. Leandro Lima não é Luiz Leandro Abreu de Lima, mas sim George Leandro Abreu de Lima. Também não nasceu em 11 de Dezembro de 1989, mas sim em 9 de Novembro de 1985. Tem por isso 22 anos e não 20. A alteração da identidade aconteceu quando Leandro Lima tinha 17 anos e se encontrava a jogar futebol com amigos na rua.
Um olheiro do clube de empresários Real Salvador perguntou-lhe se não queria tornar-se jogador do clube. O nome do olheiro não é divulgado pelo acórdão, mas sabe-se que foi uma pessoa de nome Pastori que o descobriu e o levou para o clube baiano. Leandro Lima respondeu então que sim, que queria ir jogar para o Real Salvador e entregou ao olheiro os documentos de identidade que possuía na altura.
Quando voltou a falar com essa pessoa, foram-lhe entregues outros documentos, falsos, naturalmente, que lhe mudavam o nome e a idade. Leandro Lima garante que hesitou em aceita, mas acabou por ceder quando o olheiro lhe disse que era a única forma de conseguir ser jogador na vida. Durante cinco anos Leandro Lima viveu com identidade falsa, o que lhe provocou várias dúvidas e muitas hesitações. Até que decidiu parar.
Jogador ainda tem processo criminal a correr no Brasil
Aconteceu em Janeiro, quando já estava no F.C. Porto. Uma carta anónima com a identidade verdadeira serviu de chantagem que se seguiria, pelo que Leandro Lima resolveu contar toda a verdade ao F.C. Porto. Tudo isto a 8 de Janeiro. Nessa mesma altura apresenta a certidão de nascimento verdadeira, que não bate certo com o cartão de identidade e o passaporte apresentados antes e emitidos pelas entidades brasileiras.
O F.C. Porto entregou todos os documentos à Liga de Clubes e enviou o jogador para o Brasil para resolver a situação. Por isso a Liga de Clubes nunca culpou o F.C. Porto pelo que passou, até porque o clube sempre teve um comportamento exemplar. Já o jogador foi punido com noventa dias de suspensão por ter ocultado que a identidade era falsa, sendo que no Brasil ainda corre um processo criminal por adulteração da idade.