Fábio Coentrão reiterou a sua fidelidade a Benfica e Real Madrid, numa entrevista concedida à televisão do clube. O esquerdino confessou ter recebido várias propostas no final da temporada passada, mas nunca teve dúvidas quanto àquilo que desejava.

«Existiam muitos clubes interessados em mim, mas disse claramente ao meu representante que apenas queria ir para o Real Madrid. Era o melhor para mim naquela altura. Ou ia para o Real ou ficava no Benfica», assegurou no programa que teve o nome de «Real Coentrão».

O defesa falou do seu percurso futebolístico, que teve alguns altos e baixos. Lembrou, por exemplo, a passagem pelo Chelsea, à experiência: «As coisas correram bem e o Mourinho falou comigo, mas ele depois saiu e eu voltei ao Rio Ave.» Depois seguiu-se o Saragoça, onde viveu «seis meses muito complicados e tristes», até se impor na Luz e tudo «começar a correr bem».

O internacional português debruçou-se, essencialmente, sobre a sua vida pessoal, focando-se na infância difícil, nas Caxinas. «O meu pai era pescador e se não fosse futebolista era pescador», contou. «Tive uma infância difícil. Nunca passei fome, mas sempre existiram dificuldades, normais tendo em conta a vida dos pescadores», completou Coentrão.

«Fui padeiro, pintor e trabalhei nas obras»

O sonho de jogar futebol preencheu o imaginário de Coentrão desde tenra idade. Não só por ser uma escapatória para caminhos mais duros, como pelo natural talento para a arte.

«A minha mãe conta que me deitava e acordava sempre com uma bola, que não deixava ninguém mexer¿Trabalhei muito e consegui ser mesmo jogador de futebol, mas aos 13 anos fui padeiro, depois fui pintor e trabalhei nas obras antes de me dedicar inteiramente ao futebol», explicou.

Nessa altura ganhou a alcunha de «Figo das Caxinas», em homenagem ao seu ídolo e à sua terra de sempre: «Nasci nas Caxinas, vivi lá muito tempo e quero regressar quando terminar a minha carreira.»

«Nunca vi um jogador falar mal de Mourinho»

A reportagem com Fábio Coentrão não podia deixar de passar pela actualidade do Real Madrid. O lateral falou, por exemplo, de José Mourinho: «Significa muito para mim. Trouxe-me para aqui e tenho muito carinho por ele. É o melhor treinador, ganha tudo e é especial. Sempre vi jogadores a falar mal do treinador, mas nunca vi ninguém falar mal dele.»

O português destacou ainda Cristiano Ronaldo, Marcelo e Pepe como grandes apoios em Madrid