Fábio Paim foi apontado, desde tenra idade, como uma das promessas do futebol do Sporting. Aos 20 anos o avançado está longe de alcançar a projecção de Rui Patrício, Daniel Carriço, Bruno Pereirinha ou Adrien Silva, companheiros nas equipas jovens do Sporting. Esta segunda-feira regressou a Lisboa depois de uma experiência falhada no Chelsea. Partiu para Inglaterra recheado de sonhos no final do mês de Agosto. Regressa em pleno Inverno e com a incerteza numa carreira promissora que se esfriou no tempo.
«Fiz quatro jogos pelas reservas do Chelsea. Eu adaptei-me, mas não quis ficar lá porque não tinha competição e sabia que ia ser muito difícil chegar à equipa principal. Sinto-me contente por ter conhecido pessoas com as quais possivelmente nunca mais vou treinar na vida. Não me sinto triste pela experiência que tive, mas sim triste por não ter conseguido jogar como queria», afirma ao Maisfutebol.
Em Stamford Bridge cruzou-se com alguns dos maiores craques do futebol mundial. «Normalmente de manhã tomávamos o pequeno-almoço juntos e davam-me conselhos», diz Fábio Paim, recordando os dias de convívio onde teve a companhia de Hilário, Paulo Ferreira, Bosingwa, Ricardo Carvalho e Deco. Nunca falou com Scolari, apesar da equipa de reservas ter treinado algumas vezes com os pupilos do ex-seleccionador de Portugal.
«Gostava muito de ficar no plantel do Sporting»
Fábio Paim desconhece onde vai jogar a partir de Janeiro. Tem contrato com o Sporting até 2010, mas ainda não há uma decisão quanto ao futuro do extremo: «Estamos a falar. Tenho contrato até final da próxima época e o Sporting é que tem de decidir o que quer fazer. Depende do mister.» Tem esperança de ser integrado no plantel? «Não era mal pensado», atira de pronto o jovem extremo, entre sorrisos.
O tom de voz fica sério na hora de justificar o facto de estar longe do sucesso que muitos previam que alcançasse no futebol português. Afinal, o que se passou com o talento de Fábio Paim? «Fala-se muito, mas não me metem a jogar. Não me dão oportunidade e por isso não posso fazer nada. É verdade que não tive a mesma sorte de outros colegas meus, mas tenho valor para agarrar uma oportunidade se me derem. Não é só ter talento, é preciso ajuda e carinho. Senti muito a falta disso e tenho sido um pouco injustiçado.»
Para além dos três meses em que esteve nas reservas do Chelsea, Fábio Paim já foi emprestado pelo Sporting ao Olivais e Moscavide (2006/07), Paços de Ferreira e Trofense (2007/08). «No Paços fiz poucos jogos e a equipa estava muito mal, mas conseguimos manter-nos na Liga. No Trofense fiz muitos jogos e venci alguns prémios de jogador do mês na Liga de Honra», recorda em conversa com o Maisfutebol.
Em miúdo destacava-se nas equipas onde jogava. Agora está restringido a olhar para as jogadas dos amigos Patrício, Carriço, Pereirinha ou Adrien com a camisola leonina. Fábio Paim mantém o contacto com estes amigos de meninice, mas o que gostava mesmo era de juntar-se a todos eles na equipa às ordens de Paulo Bento. «Gostava muito de ficar no plantel do Sporting e ter uma oportunidade para agarrá-la como os meus colegas fizeram», desabafa.