Houve «clásico» em Espanha, festa em Old Trafford e estreias de sonho. Quando os campeonatos começam a aproximar-se do fim, Juventus e Leicester vão vincando a sua posição. Na Rússia, pelo contrário, a incerteza aumentou. Como mostram os factos e as figuras que marcaram o fim de semana.

Cristiano Ronaldo, pois claro

Mesmo com as duas equipas a entrarem em campo bastante separadas pontualmente, o clássico entre Barcelona e Real Madrid de sábado concentrou as atenções do fim de semana por tudo o que sempre implica, desde a rivalidade histórica à quantidade de estrelas que atuam num encontro como este. E o espectáculo não desiludiu, com incertezas no marcador, expulsões e uma reviravolta. O ponto final do momento maior do futebol que se jogou lá por fora foi colocado pelo português Cristiano Ronaldo.

Talento, classe, frieza. Aos 85 minutos, Ronaldo gelou o Camp Nou e deixou o Real Madrid – a jogar com 10 – vencedor de um jogo em que tinha começado a perder. Um grande golo num grande jogo. Decisivo, desmentindo os comentários e promovendo a verdade dos factos, como os seus apreciadores vincaram. Não foi fó a primeira derrota do Barcelona ao fim de 40 jogos (o segundo encontro seguido sem vencer) que o Real imôs, nem apenas uma demonstração de orgulho para um consumo interno quando o primeiro lugar continua distante, mas foi também um grito que se fez ouvir por entre as as fonteiras europeias que nesta semana voltam a cruzar-se.

Um milhar de festejos em Old Trafford

O Manchester United festejou neste domingo o golo mil marcado pelos «red devils» em Old Trafford desde que foi criada a Premier League, em 1992. Anthony Martial foi o seu autor fazendo o oitavo golo na liga inglesa e dando três preciosos ponto na luta europeia da equipa de Louis van Gaal no campeonato – descolando do West Ham na definição pelo apuramento e qualificação para a Liga europa e mantendo a pressão sobre os rivais do Manchester City no acesso à Liga dos Campeões. O jogo foi sofrido para o United, a vitória arrancada a ferros. O golo teve aquele sabor especial do número redondo de mil festejos em Old Trafford num dia em que a festa começou com a homenagem a Bobby Charlton, que passou a ter uma bancada do mítico estádio com o seu nome.

Mandzukic matou a fome e foi comer a sobremesa em Udine

O avançado croata da Juventus não marcava um golo desde 20 de dezembro último. Cerca de três meses e meio depois. Madzukic pôs fim ao seu jejum frente ao Empoli. Um golo bastou para o líder do campeonato italiano reforçar o caminho do quinto scudetto consecutivo. A Juve domina o futebol em Itália e (excluindo o início irreconhecível que já corrigiu) deixa pouco espaço a falhas. Fez o que precisava no sábado e acabou a ganhar pontos também no domingo. O Nápoles perdeu em Udine já depois de o líder ter jogado e a diferença entre Juventus e napolitanos passou a agora a ser de seis pontos.

O perfume do velho Ribéry

A paragem de nove meses que sofreu em 2015 que pareceu trazer ainda consequências para este ano colocaram muitas interrogações quanto ao futuro da carreira de Frack Ribéry quando jogador francês já tinha passado a barreira dos 30 anos. Se o velho Ribéry est(ar)á de volta é algo não se pode prever se não parte incontornável da idade. Os mais céticos terão dúvidas quanto a resto. Pep Guardiola tem dado o benefício da dúvida a um jogador que, no presente, de facto já não é dos indispensáveis do Bayern Munique – como o era até a prolongada lesão. E a confiança do treinador do Bayern (que também tem sofrido com a quantidade de lesionados no plantel ao longo da época) tem dado os seus frutos. O mais recente foi com uma bicicleta fantástica da linha da grande área, que deu os três pontos necessários para manter o Borussia Dortmund a cinco de distância.

Uma estreia que soube a Pato

Alexandre Pato chegou ao Chelsea no final do mês de janeiro emprestado pelo Corinthians. Já depois de ver os «blues» serem eliminados da Liga dos Campeões, o avançado brasileiro fez finalmente os primeiros minutos na equipa de Guus Hiddink. E dificilmente poderia querer uma estreia melhor. O azar foi de Loïc Rémy que se lesionou aos 23 minutos. A tarde no Villa Park estava reservada para Pato. O brasileiro entrou e o Chelsea desatou a marcar golos. O segundo foi seu, na cobrança de um penálti cometido sobre si. Pediu a bola e marcou. E esteve na grande jogada do terceiro e fez o remate que deu a recarga para o quarto. Foi de ficar com a barriga cheia.

 Leicester soma e segue 

A receção ao Southampton era um jogo de dificuldade elevada para o Leicester. Mas o Tottenham tinha empatado em Liverpool. E a equipa de Claudio Ranieri podia aumentar a vantagem sobre o segundo lugar. Era preciso ganhar a todo o custo. Nem que fosse com um central a ir lá à frente marcar. Nem que fosse depois de apanhar vários sustos que ao não se materializarem continuam a fazer crescer o sonho do título de campeão. Wes Morgan foi o defesa deste domingo que foi lá à frente insistir no ataque, que levantou a mão a dizer cruzem para mim e que respondeu com uma cabeçada a valer (mais) três preciosos pontos ao líder da Premier League. O Tottenham ficou a sete pontos. O Leicester está a 12 do título quando faltam seis jogos aos dois primeiros classificados.

Hulk recoloca Zenit na corrida e esta aquece

O Zenit tinha na sua mão a hipótese de se relançar na corrida ao título de campeão russo; dependendo do que o CSKA tivesse para dizer em campo: o que poderia significar também o fim das esperanças da equipa de André Villas-Boas. O Zenit ganhou, ficou a quatro pontos do primeiro lugar do Rostov (que ultrapassou o CSKA) e a corrida pelo título da Rússia está ao rubro. Assim como Hulk esteve de pé a ferver neste domingo marcando os dois golos do triunfo da equipa de São Petersburgo. E subiu à liderança da lista de melhores marcadores do campeonato em parceria com Promes (Spartak Moscovo) – ambos com 12 golos.