Daúto Faquirá, treinador do Olhanense, comenta o empate frente ao Benfica e que assegurou matematicamente a manutenção da sua equipa na Liga, neste domingo, em Olhão, na antepenúltima jornada:

«Entrámos logo a perder. Quando fiz a projecção do jogo, disse que, independentemente dos jogadores do Benfica que fossem titulares, seria uma equipa teoricamente mais forte que nós. O golo cedo trouxe alguns fantasmas, fruto da nossa série de nove jogos sem vencer. Estivemos mais preocupados em não sofrer o segundo golo, que nos afastaria do jogo. Foi isso que disse ao intervalo e, pouco a pouco, levámos a equipa a arriscar e ganhar algum ascendente, esperando o momento certo para relançar o mesmo e fazermos pontos. O facto de o Jardel ter sido expulso foi bem aproveitado por nós, alargámos e demos amplitude no ataque, com mais um jogador na área. Olhando para o jogo no seu todo, o Benfica teve mais oportunidades, mas mantivemos a serenidade, criando espaços e volume ofensivo com várias situações de bolas paradas, onde somos fortes, e acabámos por fazer o empate, que teve um sabor especial por ser naquele momento e por nos ter garantido a permanência.»

[Se o empate teve sabor a vitória] «Mesmo não ganhando há dez jogos, essa é uma questão que aceito, é uma realidade. Mas se atendermos ao nosso campeonato, há equipas com outras condições que também nos últimos nove/dez jogos só ganharam um. Tivemos um percurso complicado, é preciso situar o contexto do que somos e do que nos propusemos. Em função de o empate ter sido conseguido no último minuto, perante os nossos sócios e ter garantido matematicamente aquilo a que nos propusemos, a duas jornadas do final, o resultado tem um sabor especial.»

[Sobre a renovação de contrato] «Já falei tantas vezes sobre isso. Penso que sim, havendo interesse mútuo, as coisas terão um final feliz. O mais importante é que, quando chegámos aqui, fizemos a proposta de obter mais pontos que no ano passado, isso foi conseguido hoje, com a manutenção. Estamos de parabéns e toda a cidade o merece, bem como o público que nos tem apoiado. Se depender de mim, continuo em Olhão. Foi o que sempre disse, nunca disse nada em contrário. Pela forma como fomos recebidos e apoiados, como construímos um grupo forte, sem muitas oscilações, mesmo com algumas dificuldades, demonstrando carácter, determinação e sabendo sofrer. Nunca me viram aqui, nem agora, com um sorriso como se tivéssemos conquistado a lua.»