Casa Pia e Farense dividiram pontos no reencontro em Rio Maior, a propósito da 11.ª ronda da Liga. Na tarde deste sábado, num encontro morno, o golaço de Elves Baldé e a resposta de Cassiano foram raros momentos de emoção.
De forma a retomar a via dos pontos, Tozé Marreco adaptou o sistema tático e apostou em Merghem, a fim de colmatar a ausência do castigado Ângelo Neto.
Por sua vez, João Pereira mudou duas peças face ao empate em Vila do Conde, entregando a titularidade a André Geraldes e Rafael Brito, em detrimento de Larrazabal e Telasco.
Recorde o filme deste encontro.
Enquanto o Casa Pia se acomodava em zona adiantada, Elves Baldé agarrou-se à fé para cedo assinar um dos momentos da época. Sem tirar os olhos do esférico, o avançado do Farense não avisou do remate a desferir a meio-campo.
Num tiro pleno de intenção, o avançado guineense estreou-se a marcar, promovendo o delírio entre as dezenas de adeptos dos algarvios.
QUE GOLAÇO! 🔥
— sport tv (@sporttvportugal) November 9, 2024
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Enquanto a festa prosseguia na bancada – um duelo no qual o Farense não conheceu adversário – o Casa Pia retomou a batuta, embatendo sucessivamente na tranquilidade da defesa forasteira.
Até que, em cima da meia hora, num lance aparentemente controlado, Marco Moreno carregou Nuno Moreira em falta, na área. Assim, agradecendo a oportunidade caída do céu, Cassiano assinou o quarto golo na Liga.
Entretanto, e com o encontro em queda de ritmo, soou o apito para o intervalo. O silêncio havia regressado às bancadas, como é apanágio em Rio Maior.
Farense compacto atrás, mas errático na frente
Ao contrário do primeiro tempo, a etapa complementar arrancou com o Farense na mó de cima. Aos 52m, PV viu o segundo golo dos algarvios negado por Patrick Sequeira, num momento de reflexos de lince.
Entre trocas, apenas Leonardo Lelo e Nuno Moreira – por duas ocasiões muito próximo de assinar golaços – ameaçaram a reviravolta.
No outro lado, na sequência de um canto a favor do Farense, Zolotic desviou o esférico para o poste da própria baliza.
Por fim, aos 90+5m, quando as equipas pareciam resignadas com o empate, Jaiminho quis replicar a eficácia de Elves Baldé e contrariar as probabilidades. Seria o regresso perfeito de lesão. Todavia, perante Patrick Sequeira, o avançado colocou mal a bola, rematando ao lado, para desespero nas hostes algarvias.
O empate – o primeiro em duelos entre «Gansos» e «Leões» – mantém o Casa Pia no nono lugar, com 13 pontos.
Depois da pausa para seleções, o Casa Pia receberá o Desp. Chaves a 23 de novembro, na quarta eliminatória da Taça de Portugal. Quanto à Liga, os «Gansos» visitarão o FC Porto a 2 de dezembro.
Por sua vez, o Farense é último (18.º), com cinco pontos, a dois da linha de água (Arouca, 16.º).
No calendário dos «Leões de Faro» segue-se a visita a Arouca, a 23 de novembro, para a Taça. Depois, os algarvios receberão o Estrela (17.º), a 29 de novembro.
A Figura: Elves Baldé, minuto 7
Contrariar as probabilidades faz parte da missão dos avançados, sobretudo nos momentos de eficácia superlativa. Ora, contrariar a toada do encontro e assinar um golo olímpico está apenas ao alcance de predestinados. E Baldé é esse jogador.
Depois de somar créditos enquanto suplente utilizado, o avançado guineense estreou-se a marcar com estrondo, para loucura dos adeptos do Farense. Aliás, não é a primeira vez que Baldé assina um golo de distância improvável.
Está de pedra e cal no onze de Tozé Marreco, talhado para momentos improváveis, de transição e decisivos. Estas caraterísticas devem ser estudadas por outro avançado, Jaiminho, que protagonizou uma perdida terrível aos 90+5m.
O momento: Nuno Moreira almejou a reviravolta, 83 e 90+2m
O mais inconformado no Casa Pia, o líder da transição e da organização no último terço. Primeiro com um arco desferido a partir da lateral esquerda, depois com um toque de calcanhar, Nuno Moreira esteve próximo de anotar dois golos de encher o olho. Mas, esta tarde não estava destinado.
Negativo: passividade e empate
Depois de uma primeira parte morna e sonolenta, a etapa complementar foi intermitente, pelo que resta a ideia de que Tozé Marreco teve receio de perder o ponto.
Quanto a João Pereira, terá faltado audácia para arriscar e desfazer as dúvidas, pressionar o adversário e capitalizar o domínio. O empate justifica-se, mas escasseou emoção.