Supertaça: Benfica-Rio Ave, 0-0, 3-2 na g.p. (destaques das águias)

A SURPRESA
Talisca titular
Já sem Rodrigo no plantel, quem poderia jogar com Lima no 4x4x2? Muitos pensariam que seria Derley, grande época no Marítimo em 13/14. Até o site e o twitter oficial do Benfica anunciaram isso. Mas tiveram que corrigir, minutos depois: quem jogou no apoio a Lima foi Talisca e não Derley. Do meio-campo para a frente, o Benfica atuou com Enzo e Ruben no meio, Gaitan e Salvio nas alas, Talisca no apoio a Lima. Surpresa na opção, claramente, até porque o jovem contratado ao Bahia atuou um pouco mais recuado nos jogos de pré-temporada. No Brasil, aí sim, Talisca cumpria funções semelhantes às que foi chamado a assumir na Supertaça. Resultou bem? Não completamente. Talisca tem futebol interessante, até mostrou nos primeiros minutos bom entendimento com Gaitan e Lima. Mas na zona de concretização mostrou-se trapalhão, pouco objetivo. Com Bebé e Derley no banco (e Jara e Ola John também, já agora), a aposta nunca se afirmou como evidente. A troca com Derley, ao minuto 69, surgiu como natural.


POSITIVO

Enzo, que saudades
O meio-campo do Benfica deu um salto qualitativo com o «regresso» do argentino. Mais coesão, melhores processos, muito melhor ligação entre os setores. Será decisivo perceber que Enzo vai continuar ou se, afinal, vai mesmo sair. Enquanto tal dado não ficar definido, qualquer previsão sobre o que vai dar este Benfica 14/15 pode sair furada.

Luisão, voltou o líder
O centro da defesa benfiquista tinha mesmo muitas saudades dele. O capitão está de volta e isso notou-se ao longo de quase todo o jogo. Posicionamento e liderança.

Maxi & Salvio, sociedade às direitas
Bom jogo do lateral uruguaio e do médio-ofensivo argentino, dando profundidade ao flanco direito do Benfica, zona de onde partiram boa parte dos melhores lances dos encarnados.

Gaitan na batuta
Revela já um bom ritmo competitivo para o primeiro jogo oficial da temporada. Pegou na batuta, assumiu o comando do jogo dos encarnados. Não será de excluir que Jorge Jesus o utilize, em futuras partidas, no apoio a Lima.

Grande início
Os motivos de desconfiança em torno deste Benfica eram imensos, depois de seis derrotas em oito jogos de pré-temporada. A ideia de que a águia teria perdido grande parte dos seus trunfos prevalecia. Mas também era verdade que, com Luisão e Enzo, Jesus pôde fazer um onze com nove elementos da excelente época realizada em 13/14 (Artur, Maxi, Jardel, Luisão, Gaitan, Ruben, Enzo, Salvio, Lima) e só duas caras novas (Eliseu e Talisca). Cheio de vontade de provar que as sentenças em relação ao fracasso antecipado para a nova época eram manifestamente exageradas, o Benfica entrou muito forte e realizou 35/40 minutos de grande atitude. O golo só não surgiu até ao intervalo por falhas na concretização, mas os princípios estão lá, a equipa mostrou-se coesa, a dinâmica já funcionou. Não se esperava tanta qualidade de jogo depois de pré-temporada tão má. Mas será preciso melhorar, e muito, a concretização. Quem joga bem, como o Benfica jogou esta noite, não pode desperdiçar assim tanto.

Artur no melhor e no pior
Decididamente, o guarda-redes continuará a ser tema de preocupação para o Benfica. Pelo menos, enquanto não for encontrada uma alternativa que dê mais garantias. Artur continua a dar mostras de não estar animicamente. E isso para um guarda-redes é terrível. Uma boa dose da confiança que o brasileiro tinha ter-se-á desvanecido naquela troca de prioridades para a baliza, a meio da época passada, quando Oblak agarrou o lugar. Em jogo em que quase não teve trabalho a despachar, Artur quase comprometia, em lance em que facilitou na área, permitindo a Del Valle ficar pertíssimo do 0-1. Não é bom. Mas se nos 120 Artur deixou a desejar, nas grandes penalidades foi herói: defendeu três tiros e ofereceu o triunfo ao Benfica.

NEGATIVO

Jardel, o que lhe terá dado?
O central brasileiro ia fazendo um golo... inacreditável na sua baliza, mesmo ao cair do pano do prolongamento. Só não aconteceu porque, milagrosament, 

Eliseu e o peso a mais
Está visto que parte à frente de Loris Benito na corrida pela titularidade do lado esquerdo da defesa, mas por falar em «corrida», está igualmente bem à vista que Eliseu precisa urgentemente de perder peso. Um lateral, numa equipa como o Benfica, tem que apresentar uma condição física mais apurada. Mostrou uma ou outra boa indicação, no apoio às ações ofensivas (bom centro para Salvio aos 55), mas Eliseu tem mesmo que resolver o problema da balança.