Pouco mais de 100 minutos serviram para Juan Quintero certificar a ambição de ser titular do FC Porto. Paulo Fonseca pede paciência, fala em processo de adaptação, mas não há forma de esconder um talento demasiado grande para o banco de suplentes.


O menino colombiano, resgatado ao modesto Pescara, faz de cada minuto uma entusiasmante prova de vida. Assume o risco e o prazer de tocar a bola. Um pouco por todo o lado, entre adeptos e opinion makers, o veredito é comum: falta pouco para entrar no onze.


Ora, o Maisfutebol foi perceber todos os caminhos possíveis para a entrada na equipa principal. Para isso ouvimos um homem que o conhece desde os 13 anos. Óscar Aristizabal foi o treinador responsável pela estreia de Quintero nos seniores do Envigado.


«Com 14 anos e meio veio ter comigo e pediu uma oportunidade para treinar com os seniores. Nunca conheci ninguém com tamanha auto-confiança», conta Aristizabal ao nosso jornal.


«Passei a levá-lo uma vez por semana aos treinos da equipa sénior. Lancei-o contra o Independiente e o Juanfer respondeu como eu esperava. Aliás, nesse jogo fez logo uma jogada do outro mundo».


PLANO A: Quintero na posição 10


Quando Juan Quintero entrou na equipa do Envigado, Óscar Aristizabal colocou-o na sua «posição natural». «Jogávamos em 4x3x1x2. Ele era o enganche e é aí que mais gosta de jogar, no apoio aos avançados».


Com 16 anos, Quintero tornou-se rapidamente «no maior desequilibrador» do conjunto. «Não tinha grande dinamismo ainda e recuava demasiado à procura da bola. Tanto assim é que acabei por aproveitá-lo em alguns jogos como médio de transição. Mas afastá-lo da frente é limitar-lhe o talento. Deixei cair essa ideia por terra», confessa Óscar Aristizabál.


No FC Porto, para jogar no lugar favorito, Quintero terá de forçar Lucho a dar uns passos atrás. Defour seria, à partida, o sacrificado.


Os dragões passariam a jogar assim:





PLANO B: Quintero a partir da direita


A outra opção, também verosímil, passaria por fazer de Quintero uma versão B de James Rodríguez. Ou seja, jogaria a partir da linha, mas sem ser um extremo puro. Óscar Aristizabál vê esta opção com menos agrado.


«Alguém tão forte tecnicamente pode sempre jogar dessa maneira, mas o Juanfer não é um ala, não é um jogador de linha. Pode partir daí, sim, e movimentar-se para terrenos centrais, até por ser um bom rematador», resume.


Os tricampeões jogariam desta forma: