A figura: Jackson Martínez
Difícil imaginar o FC Porto a balanças as redes sem o colombiano. Não está no seu melhor momento, isso é reconhecido, mas a confiança e a qualidade com bola são essenciais num dragão por vezes hesitante. Para além disso, decide. E nem precisou de múltiplas ocasiões para o fazer neste sábado. No primeiro remate à baliza, o golo. Viria a bisar num lance aéreo, ganhando uma vez mais a Nuno André Coelho. O defesa queixou-se de falta. De qualquer forma, um bis para afastar o cenário de crise.

O momento: um pontapé na incerteza
Minuto 49. Após uma etapa inicial irregular, o FC Porto volta com outro pendor ofensivo, explorando com insistência o seu flanco esquerdo. Resultado imediato: num cruzamento atrasado de Alex Sandro, com Aderlan Santos fora da posição, Jackson percebe o companheiro de equipa e recua para receber a bola. Um toque para o lado, mais lesto que Nuno André Coelho, e o remate violento a beneficiar de um desvio no central para bater Eduardo. Festa tremenda no Dragão, longo abraço no banco de suplentes do FC Porto. Muito mais que um golo.

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Outros destaques:

Carlos Eduardo
Lucho González terá apresentado problemas físicos, na reta final de uma primeira parte pouco entusiasmante. Uma vez mais, a sua colocação no terreno de jogo levanta dúvidas. Paulo Fonseca lançou Carlos Eduardo na etapa complementar e o jovem brasileiro reinventou o futebol portista, com disponibilidade física, capacidade técnica e personalidade. Libertou Herrera para funções mais ofensivas e deixou indicações interessantes para o futuro. Para o presente, aliás.

Silvestre Varela
Mais um rosto com evidente crescimento na etapa complementar. Parecia outro, aliás. Aproveitou a tentativa de resposta do Sp. Braga, após o primeiro golo do FC Porto, para criar desequilíbrios. Mais eficaz quando parte do flanco esquerdo, o seu predileto. Serviu Jackson Martínez para o 2-0.

Steven Defour
Enorme segunda parte. Face à ausência de Fernando e com Herrera ainda a estudar o processo da equipa, Defour assumiu a responsabilidade e encheu o meio-campo. Não parece talhado para assumir as transições, seja em passe ou em velocidade. Cresceu quando ficou como único pivôt à frente da dupla de centrais. Aliás, o meio-campo funciona melhor assim. Sobram dúvidas quanto a isso?

Hector Herrera
Perdido como duplo pivot, sem capacidade para perceber o seu espaço na equipa. Um corpo estranho num FC Porto hesitante. Com a saída de Lucho, Paulo Fonseca desfez o triângulo invertido. Defour cresceu na posição de Fernando, Carlos Eduardo encantou e Herrerra pareceu bem mais confortável com a liberdade de movimentos. Gosta de aparecer, de fugir à posição.

Eduardo
Contas feitas, acaba por sair do Estádio do Dragão com nota positiva. Bem nos cruzamentos, durante a etapa inicial, e uma excelente defesa a remate de Josué. O primeiro à baliza, aliás. Na etapa complementar, mais trabalho e algumas intervenções de bom nível. Sem culpas nos golos.

Felipe Pardo
Regressou ao onze de Jesualdo Ferreira e deu algumas dores de cabeça aos laterais do FC Porto. Lançou o primeiro aviso à baliza de Hélton e, numa mistura perigosa de capacidade física e velocidade, obrigou Danilo e Alex Sandro a atenção redobrada. Insuficiente, ainda assim.