Yacine Brahimi está no terceiro ano de FC Porto e este tem sido, sem dúvida, o mais atribulado. A saída no verão pareceu certa, mas não se concretizou. Demorou a entrar, começou a jogar, voltou a ficar alguns encontros de fora e regressou novamente aos relvados, sendo que agora estará um mês, sensivelmente, ausente, ao serviço da seleção da Argélia, no CAN.

De qualquer forma, para o argelino, há uma coisa certa: a relação com Nuno Espírito Santo não influenciou esta montanha russa.

«Nunca tive problemas com o Nuno. É uma relação treinador-jogador, como qualquer outra. O meu objetivo é estar no relvado. Só isso importa», afirmou, numa entrevista ao programa ‘91E minute’ do canal francês SFR Sport.

Brahimi admite, contudo, que «sabe bem ter voltado a jogar» e sentido o estádio do Dragão e os adeptos novamente. «Fazer o meu trabalho é o que me deixa mais feliz», assegurou.

Por isso, trabalhou muito para ser opção: «Quando não se tem muito tempo de jogo há que redobrar os esforços. Sou um jogador que nunca desiste e não foi complicado para mim para trabalhar mais.»

Um dos melhores momentos individuais foi o golo ao Arouca, o primeiro que apontou este ano, após uma excelente iniciativa individual. «Tenho de agarrar as oportunidades que o treinador me dá, porque quero ajudar a equipa a ganhar. Era o meu objetivo [marcar] , fazer a diferença e ajudar a equipa a somar uma vitória. Tenho de continuar assim e fazer ainda mais», salienta, assumindo ainda que o campeonato espanhol é o seu preferido, pela qualidade técnica dos jogadores. Antes do FC Porto, recorde-se, jogava no Granada.

Brahimi agradeceu, também, o apoio dos adeptos, dizendo que «há muita gente» a acreditar no seu trabalho. «É uma motivação extra. Quando temos gente que nos apoia só dá vontade de continuar e trabalhar ainda mais», assumiu.

Frases de motivação nas paredes do quarto

Noutro âmbito da conversa, Brahimi falou do seu crescimento como jogador e contou uma história curiosa dos seus primeiros passos no futebol, ainda em tenra idade.

«Em criança, afixava papéis com frases de motivação nas paredes do meu quarto», recordou.

O avançado diz mesmo que era «muito duro» consigo próprio na infância. «Estabelecia objetivos, dizia a mim próprio que não estava a fazer as coisas bem e tinha de melhorar. Quando fazia algo para não repetir escrevia isso, para ter sempre em mente o que tinha de fazer. Aliás, mesmo que não escrevesse tinha isso sempre na cabeça», continua.

Que efeito sortiu, então, esta técnica? «Corrigi alguns erros», comenta. Mas, entre risos, diz que não foi apenas por causa dos papéis que escrevia. «Não foi só por isso. Sempre tive em mente o objetivo de melhorar», finalizou.