André Villas-Boas, ex-treinador do FC Porto, não fechou a porta a uma eventual candidatura à presidência do clube já nas eleições marcadas para 2024.

«Não sei», começou por responder em conversa com os jornalistas à margem de uma tertúlia do Clube dos Pensadores após ser questionado concretamente sobre se ponderava candidatar-se. «Neste momento, o FC Porto está com condições de lutar pelo título e suportada na ambição e na crença de um treinador e de um presidente que são históricos para o FC Porto. Não quero ser um fator de disrupção neste momento de alta concentração para o clube. Falei aqui da mesma forma como sempre tenho falado. Fui invadido pela emoção quando alguém me escreveu sobre a possibilidade de uma mudança de carreira e como sou um tipo vinculado à emoção, não posso negar que essa mensagem de ser um dia presidente do FC Porto me tocou profundamente. Se se vai tornar realidade, não depende de mim. Depende também da vontade dos sócios e não quer dizer que seja para breve», afirmou.

Villas-Boas foi depois questionado se uma candidatura estão dependente da eventualidade de Pinto da Costa decidir afastar-se da presidência. O homem que em 2010/11 levou o FC Porto a uma época quase perfeita, com as conquistas de Supertaça, Liga, Taça de Portugal e Liga Europa, não descartou a possibilidade de ser opositor ao atual presidente dos dragões. «Vamos ver. Acho que depende de tantos fatores neste momento, que não é altura para falar sobre isso.»

Em 2020, Pinto da Costa assumiu numa entrevista ao Jornal de Notícias que poderia não se candidatar se quatro nomes importantes da história do FC Porto resolvessem avançar na intenção de assumirem os destinos do clube. «O António Oliveira é um deles, como o Vítor Baía, o André Villas-Boas ou o Rui Moreira. Qualquer um deles, se se candidatasse, seria prestigiante para o clube. Com eles estava tranquilo, não me candidatava, mas se o fizesse sentia-me prestigiado em concorrer com pessoas que têm um passado no FC Porto», destacou na altura, sendo que Villas-Boas também disse que não faria oposição a Pinto da Costa.

«Eu, nesta fase, tenho uma responsabilidade enquanto sócio do FC Porto de ter um papel ativo nas próximas eleições. Se será apenas como sócio votante e não como candidato, isso logo veremos. (...) Se vou falar com o presidente antes de tomar uma decisão? Não sei. Já não falo com ele há algum tempo. A última vez que estive com ele foi no episódio trágico do falecimento do Fernando Gomes [novembro de 2022] e a vez anterior tinha sido na final da Liga dos Campeões do Manchester City contra o Chelsea [maio de 2021]», disse.

Apesar da insistência sobre se falaria com Pinto da Costa antes de formalizar uma eventual candidatura, Villas-Boas manteve-se firme no discurso. «Não sei. Nem sequer pensei nisso e não estou preocupado neste momento. (...) Se a decisão não está tomada? Acho que não é importante falar sobre isso», rematou, lembrando que é sócios do FC Porto há 45 anos.