Na véspera da segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, Sérgio Conceição voltou a abordar o Clássico e todo o ruído que se gerou à volta do mesmo. O técnico frisou que o triunfo do FC Porto foi «sem espinhas» e explicou alguns pontos estratégicos que permitiram à sua equipa bater o Benfica.

«Disse na antevisão da primeira mão da meia-final da Taça que falar desse jogo era uma falta de respeito para com o Académico de Viseu. É verdade que são temas quentes. A opinião de quem fala do jogo jogado é unânime: o FC Porto foi mais forte, teve mais oportunidades, seis além dos golos marcados, e foi a equipa mais forte nos duelos. Estrategicamente fomos mais fortes. Não foi, como já ouvi dizer, um pouco à imagem da Luz. O início de construção e a nossa segunda fase da construção foram diferentes, o posicionamento dos laterais e dos médios foram diferentes. Fomos melhores individual e coletivamente. Não vou dizer que foi limpinho, mas foi sem espinhas», começou por dizer.

O treinador dos dragões desenvolveu o raciocínio. «Ouvi o Bruno Lage dizer, principalmente nos últimos 18 jogos fora, que quem quisesse ganhar ao Benfica, tinha de correr mais. Noventa e tal por cento das vezes, quem corre mais ganha. Corremos mais três quilómetros que o Benfica, por isso, ganhámos. Tudo o que possa vir para cima da mesa, de uma decisão melhor ou pior, é querer tapar o sol com a peneira. Tivemos momentos em que arbitragem foi a favor do FC Porto num ou outro pormenor, outras vezes a favor do Benfica. Dizer que o mérito da vitória foi por isto ou aquilo e não pelo jogo, é injusto para com os meus jogadores. Fizeram um jogo fantástico», acrescentou.

«Nós estamos habituados a superiorizarmo-nos ao Benfica. Não temos de pedir desculpa por ganhar ao Benfica, pois não? O Benfica tem tido um mérito incrível no trajeto no campeonato nacional e na Taça de Portugal. Contra nós, nós temos sido mais fortes», atirou Sérgio Conceição.

O técnico do FC Porto foi ainda questionado sobre a prestação de Sérgio Oliveira no encontro. «Um pormenor que diferencia este clássico do outro é que o duplo pivot esteve mais contido na Luz, aqui promovemos essas infiltrações e o aparecer na área, principalmente com um jogador como o Sérgio, que remata bem, que tem qualidade no início de construção, porque é um jogador tecnicamente evoluído. Bom no passe longo e curto... mas falar do Sérgio seria desvalorizar o trabalho da equipa, que esteve a um nível altíssimo», frisou.