Durante a entrevista à TVI, Pinto da Costa confirmou que estava a negociar a venda do naming do estádio do Dragão, mas que a pandemia suspendeu as negociações. O presidente do FC Porto sublinhou também que não quer que o estádio do clube tenha o seu nome.

«Estádio com o meu nome? Não gostava. Por isso, gostava de o deixar já com o nome vendido. O dinheiro dava jeito. Se já tiver vendido, não há possibilidade. Já podíamos ter concretizado o negócio. Os clubes vão ter necessidade de vender o naming dos estádios. No negócio que estávamos a fechar, o naming valia entre cinco a seis milhões por ano. Neste momento, as negociações estão suspensas por causa da pandemia. Com esta empresa já tinha conseguido uma coisa: tinha o nome da empresa e o Dragão. Seria Dragão qualquer coisa», revelou.

O dirigente portista apontou ainda a recuperação financeira como o principal objetivo da SAD, acrescentando que o clube sairá, em breve, da alçada da UEFA.

«Isso é evidente e não tenho dúvidas de que o vamos alcançar. Quando se fala em falência técnica, ela existe porque somos obrigados a apresentar as contas segundo certos parâmetros. Se não tivéssemos essa obrigação... O nosso plantel está por 76 milhões de euros. Neste mês de transações, fizemos 126 milhões de euros. Como é possível um plantel, com todos os craques que continuaram, valer 76 milhões de euros e fizemos 126 milhões?», questionou. 

«Fair-play financeiro? Estou tranquilo e convencido de que sairemos brevemente, esta época ainda. Bastava que a época de transferências tivesse sido normal, o que vendemos dava para cobrir. (...) Temos de ter um equilíbrio entre as compras e as vendas. Quando se é afastado da Liga dos Campeões como nos aconteceu no ano passado, e este ano ao Benfica, ou se aguenta o prejuízo ou se vende um ativo. O treinador do Benfica disse que perdeu o Rúben Dias por não ir à Champions. Entendemos aguentar e não vender para tentarmos ser campeões e fomos. Até conseguimos a dobradinha. E depois, com os jogadores valorizados, fizemos as transferências», acrescentou. 

Pinto da Costa revelou ainda que o FC Porto teve um prejuízo de 29 milhões com a perda de receita dos jogos e lamentou a elevada carga fiscal a que os clubes portugueses estão submetidos.

«Desde que a pandemia começou o FC Porto pagou quase 20 milhões de euros em impostos. Em Itália, por exemplo, baixaram 30 e tal por cento os impostos por causa da pandemia. Há 572 pessoas que vivem do salário que ganham no FC Porto», recordou.