«Neste momento, onde quer que haja um portista em Portugal e no mundo, há dor e luto. Fernando Gomes morreu aos 66 anos de idade, depois de três anos a lutar com um cancro.»

É desta forma que o FC Porto fecha o texto dedicado a Fernando Gomes, publicado no site oficial pouco depois de ter dado conhecimento da morte do 'Bibota'.

«Ele era o golo», foi o título escolhido para esse perfil, que resume a carreira de Fernando Gomes.

O texto indica dois momentos significativos da transformação do FC Porto em clube ganhador, nas últimas décadas: a conquista do campeonato 1977/78, quebrando o jejum de 19 anos, e a vitória na Taça dos Campeões Europeus de 1986/87.

«Houve um único jogador protagonista nestes dois acontecimentos separados por nove anos: Gomes, o melhor marcador da história do FC Porto», destacam.

Os dragões lembram que Fernando Gomes foi às captações do clube com 14 anos, e apenas três anos depois fazia a estreia na equipa principal, apontando dois golos à CUF, no arranque do campeonato 1974/75.

«Gomes marcou 355 golos em 452 jogos oficiais pelo FC Porto. E muitos deles foram decisivos: em 1977, assinou o único da final da Taça de Portugal disputada com o Braga – primeiro troféu conquistado pelo clube desde 1968; em 1985, fez o golo da vitória na Luz, perante cerca de 30 mil portistas, num jogo que foi um passo importante rumo à conquista do título; em 1987, na segunda mão das meias-finais da Taça dos Campeões Europeus, foi o autor de um dos golos frente ao Dínamo de Kiev que valeram a qualificação para a final de Viena; e em dezembro do mesmo ano, em Tóquio, foram dele e de Madjer os golos que fizeram do FC Porto campeão do mundo contra o Peñarol. Além disso, picou o ponto nos jogos que confirmaram os títulos nacionais de 1978, 1979, 1985, 1986 e 1988», destaca o texto.

Gomes foi seis vezes o melhor marcador do campeonato, e em duas dessas ocasiões foi mesmo o melhor marcador dos campeonatos europeus (1983 e 1985), o que lhe valeu a alcunha de 'Bibota", por causa das duas Botas de Ouro conquistadas.

A nível coletivo, juntou cinco campeonatos nacionais, três taças e três supertaças, além de uma Taça dos Campeões Europeus, uma Taça Intercontinental e uma Supertaça Europeia.

O FC Porto lembra ainda que o regresso de Fernando Gomes, em 1982, «foi uma das bandeiras da primeira candidatura presidencial de Jorge Nuno Pinto da Costa».

«A ligação de Fernando Gomes ao FC Porto não se esgota na condição de atleta. Sócio do clube desde os seis anos, serviu-o como dirigente nas últimas décadas, com responsabilidades em áreas como o scouting e o futebol de formação. A qualidade com que desempenhou estas funções valeu-lhe, em 2021, o Dragão de Ouro de dirigente do ano – em 1986, na primeira edição destes prémios, tinha sido galardoado como futebolista do ano. Quando lhe foi entregue a última distinção, a 29 de novembro do ano passado, o eterno Bibota comentou que, depois de ter recebido tanto do clube, não contava que o FC Porto ainda tivesse alguma coisa para lhe dar. Tinha e terá sempre, porque não há como pagar o que Gomes deu à causa», refere ainda o texto.