Um regresso a uma casa feliz. Após cinco anos e meio de emigração, Sérgio Paulo Marceneiro Conceição volta a Portugal e a um clube onde se habitou a ter sucesso. Aos 29 anos, o avançado decidiu alterar o rumo da sua carreira tendo em vista uma ainda possível participação no Euro, depois de ter deixado de ser opção para Scolari.

Nasceu em Coimbra a 4 de Novembro de 74 e o seu primeiro clube foi a Académica, mas terminou a formação nas escolas portistas. Desde cedo o seu pé direito, aliado a uma velocidade e drible estonteantes proporcionados pelo 1,77m, começou a destacar-se e em 93/94 faz a sua primeira época como profissional de futebol, no Penafiel. Cumpriu 30 jogos e marcou dois golos na II Divisão, confirmando as credenciais que o apontavam como um valor de futuro para o F.C. Porto e o futebol nacional. Um ano depois voltou a ir para o escalão secundário, vestindo então a camisola do Leça. O seu objectivo já era vingar com a camisola do dragão, mas o clube decidiu emprestá-lo ao Felgueiras e aí pôde justificar que estava pronto para dar o salto. Na I Divisão fez 30 jogos e marcou quatro golos.

O clube nunca mais o quis largar e António Oliveira integrou-o num grupo que viria a sagrar-se tetra campeão, onde figuravam nomes como Jardel, Zahovic, Jorge Costa, Aloísio, Silvino, Rui Barros, Paulinho Santos, João Pinto e Domingos. Curioso é o facto de Sérgio vir a reencontrar muitos deles tantos anos mais tarde, embora só Jorge Costa se mantenha como jogador. Jardel e Zahovic estão longe, mas os outros ficaram na estrutura do clube após terem terminado a carreira. Em Portugal conquistaria dois títulos nacionais, uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira, tudo isto em duas épocas passadas nas Antas, onde apontou nove golos e cumpriu 56 jogos só no campeonato.

Aventuras italianas

A última época no F.C. Porto foi fantástica e motivou a cobiça de muitos clubes estrangeiros. Aquele que se tinha tornado o assistente ideal de Jardel tinha de sair. Sven Goran Eriksson estava maravilhado e em 98/99 levou-o para uma super-Lázio, onde conquistou logo no primeiro ano a Taça das Taças, ao lado de Fernando Couto, Nesta, Mihajlovic, Mancini, Nedved, Lombardo, Salas e Vieiri. Em Roma viria a ser campeão na época seguinte, para além de também ter somado uma Taça de Itália e uma Supertaça europeia.

Após os tremendos êxitos conseguidos na primeira passagem pela Lázio, Conceição continuou a sua carreira em terras transalpinas, mesmo que não tenha voltado a conquistar mais nenhum título relevante. Passou uma época em Parma, teve uma passagem de duas épocas inconstantes pelo muito conturbado Inter de Milão e regressou à Lázio esta época, tendo ainda a oportunidade de defrontar o Benfica na pré-eliminatória da Liga dos Campeões.

Pouco utilizado por Mancini, optou por rescindir e regressar a Portugal, pensando obviamente no Euro. É que Sérgio habituou-se a ser figura central na Selecção, nomeadamente após as participações nas fases finais do Euro2000 e Mundial de 2002. O treinador que o lançou foi Artur Jorge, num Portugal-Ucrânia realizado a 9 de Novembro de 96 (pouco dias depois de ter comemorado 22 anos) e desde essa altura somou 56 internacionalizações, o que lhe permite estar em 12º lugar no ranking de portugueses que mais vezes jogaram pela selecção.