Jesús Corona recordou o início da carreira e a importância da família neste percurso. Em entrevista ao Porto Canal, o jogador do FC Porto voltou aos tempos da infância, em que jogava com o irmão mais novo e com o pai.

«O meu pai jogava basebol, mas eu queria a bola, jogar com os pés», recordou, apontando que a paixão era tão grande que «queria dormir com a bola».

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O mexicano recordou ainda quando, aos 15 anos, se mudou de Hermosillo para Monterrey, a 1500 quilómetros de distância de casa e da família.

«Os meus pais foram importantes, porque nunca me deixaram, ligavam-me quase todos os dias. Às vezes eu até dizia: ‘Por que me ligam tanto. Deixem-me’. Mas agora que tenho um filho compreendo totalmente», contou.

«Foi uma mudança enorme, Hermosillo é pequeno e Monterrey é enorme. Mas aí começou o meu sonho. Já estava num clube que me podia ajudar a concretizar o meu sonho e a chegar aos meus objetivos. Vivia num quarto com quatro colegas num quarto pequeno, mas não me importava, o que queria era estar ali».

Corona contou então quando, numa altura em que já era habitualmente chamado às seleções jovens mexicanas, ficou fora da lista do Mundial sub-17. «Fiquei em choque e liguei ao meu pai. Mal ouvi a voz dele, começaram as cair as lágrimas, as minhas e as dele».

«Ele ia para Guadalajara e desviou logo o caminho para Monterrey. Foram 15 horas num camião de frutas e legumes, que ele conduzia na altura, para vir ter comigo. Esteve uns dias comigo e depois fui treinar com a equipa principal e o treinador gostou de mim», recordou, garantindo que o episódio foi muito importante na sua carreira: «Ajudou-me a crescer.

«Fiz a pré-temporada pelo Rayados e na primeira jornada estreei-me. Isso fez-me esquecer o que se tinha passado dois meses e meio antes».

O jogador mexicano recordou ainda a transferência para o FC Porto, vindo do Twente, da Holanda. Apesar de saber do interesse com um mês de antecedência, o negócio só se concretizou no último dia.

«Fiquei feliz, muito entusiasmado, falei com a minha mulher, e começámos a pesquisar no telemóvel tudo sobre a cidade e do clube», contou, lembrando ainda a primeira impressão que teve à chegada ao clube.

«Quando entrei no Estádio do Dragão, pensei: 'O que é isto?'. Para mim é o estádio mais bonito que já conheci».