Dezasseis anos depois de ter assinado pelo FC Porto, clube pelo qual foi campeão português, europeu e intercontinental, Carlos Alberto revela que esteve muito perto de assinar pelo Benfica.
«Eu acho que caí no lugar certo, na hora certa. Pouca gente sabe, mas eu ia para o Benfica. O Mourinho viu-me jogar aqui contra o São Paulo, no Morumbi. Ele veio ver o Ricardinho, que já era pentacampeão do mundo, e eu um garoto. Eu joguei muito bem nessa partida», recorda o antigo médio, em entrevista ao UOL Esporte.
«A meio do ano fui comprado por um grupo de investidores, o Banco Espírito Santo. Quando acabou o campeonato brasileiro eu viajei para Portugal. Quando cheguei até fui ao hotel dos jogadores do Benfica. Eu acho que nunca falei disso publicamente. É a primeira vez. O meu empresário da época falou: 'Cara, eu acho que tu não vai ficar no Benfica, não. Vamos para o Porto'. No dia seguinte embarquei para o Porto e aí foi a história que todos vocês sabem. Se não tivesse tomado uma decisão ali, não teria tido todas essas conquistas que tive. Eu tinha que ter ido para o Porto. E aconteceu o que aconteceu», acrescentou.
Carlos Alberto contou depois que José Mourinho chegou a colocá-lo a treinar como médio defensivo, para puxar pela vertente tática, e falou depois da saída do FC Porto.
«Assinei pelo Corinthians, que tinha a MSI. Só dessa forma eu teria condições para voltar ao Brasil, porque pagavam-me até mais do que eu ganhava na Europa. Eu tive outras opções. Eu tive o Atlético de Madrid e o Paris Saint-Germain, que não eram como hoje. Eu ia trocar o Porto por uma dessas equipes, na época. Mas eu não me arrependo das escolhas que eu fiz, não», referiu.
Nesta entrevista ao UOL Esporte, Carlos Alberto falou também de saídas noturnas, álcool e tabaco, vício que até adquiriu em Portugal.
«Eu bebia, fumava e fazia outras coisinhas mais, e chegava no campo e corria. Hoje em dia, os caras não fazem porra nenhuma e não têm sangue para correr», afirmou.
O antigo médio recordou também o desentendimento com Tévez, no Corinthians: «Ele descontrolou-se e acabou por cuspir-me. Quase acertou no meu rosto, mas acertou aqui [aponta para o pescoço]. Aí, nós fomos para a porrada [risos].»
Carlos Alberto criticou ainda o patamar salarial que os jovens já têm, antes mesmo de conquistarem um espaço nas equipas principais: «Chega a profissionais com três telefones celulares e apenas duas orelhas. Já ganham um salário que, na época, só alcançávamos ao bater uma meta de determinados golos, mais não sei o quê, convocatórias para as seleções jovens, tantos jogos no profissional para renovar o contrato. Quando eu subi a profissional nem carro tinha», afirmou.
artigo atualizado