O FC Porto é mais forte e favorito a entrar na Liga dos Campeões com uma vitória sobre o FC Copenhaga nesta quarta-feira no Dragão, diz o senso comum e diz quem já defrontou a equipa dinamarquesa esta época. Jogadores de duas equipas de destinos cruzados com o do dragão. O Astra Giurgiu caiu frente ao Copenhaga na terceira pré-eliminatória, conseguiu chegar à fase de grupos e agora terá pela frente a Roma, que caiu na derradeira barreira da Champions frente à equipa de Nuno Espírito Santo. O APOEL esteve perto de ocupar o lugar da equipa dinamarquesa, caiu no play-off com um golo sofrido aos 86 minutos, e podia estar agora a preparar-se para jogar no Dragão, mas foi para a Liga Europa.

A equipa cipriota onde jogam os portugueses Mário Sérgio e Nuno Morais perdeu a primeira mão por 1-0 na Dinamarca, mas em casa esteve a vencer e a igualar a eliminatória até perto do fim, quando um golo do paraguaio Santander deu o apuramento ao Copenhaga. «Lá tivemos um bocado de dificuldades na primeira parte, mas na segunda reagimos bem. Apesar da derrota por 1-0 a eliminatória estava equilibrada», recorda Mário Sérgio ao Maisfutebol: «Aqui em casa no segundo jogo fomos melhores, chegámos ao golo, mas a acabar o jogo o avançado deles marcou. Fomos melhores que eles mas o futebol é assim.»

Mário Sérgio chama a atenção do FC Porto para os avançados «chatinhos» do Copenhaga: «Eles jogam bem, principalmente em casa são uma equipa forte. Os dois avançados, mais o terceiro, que nem sempre joga, são bons, muito fortes fisicamente. Os dois do meio-campo também jogam bem, os avançados são a referência deles. São muito fortes fisicamente, daqueles avançados que são «chatinhos».»

O lateral português também deixa outro dado à atenção do dragão: «Eles têm jogadas estudadas, claramente, em que nem olham e fazem o movimento. Em bolas paradas e não só, mesmo em jogo corrido. Contra nós faziam isso sem ver, normalmente para que a bola vá ter com os avançados.»

Mas nada disso muda a opinião de Mário Sérgio sobre o jogo do Dragão. «Sinceramente, o FC Porto é favorito. Tenho visto o Porto esta época, e para mais estando a jogar em casa, tem tudo para ganhar o jogo. O FC Porto é favorito porque tem realmente melhor equipa.»

Não apenas neste jogo, mas também no grupo, acrescenta o lateral, também com base no que tem visto jogar o dragão esta época. «É claramente favorito no grupo. Tem tudo para passar», observa, falando não apenas do equilíbrio de forças no grupo mas também do momento do FC Porto: «Vê-se claramente que este é um FC Porto diferente do ano passado, já se vê uma equipa mais à Porto, como se costuma dizer. Acho que tem uma boa equipa, este ano com certeza vai lutar para o título com as outra duas.»

Geraldo, a jogar nos romenos do Astra Giurgiu, reforça a ideia: «O FC Porto é favorito pela experiência e pelos jogadores que tem. É uma equipa bastante acessível para o FC Porto.»

A eliminatória da equipa romena onda joga o defesa português com o FC Copenhaga foi diferente. Começou equilibrada, com um empate na Roménia, mas em casa os dinamarqueses venceram por 4-1. «Em casa foi mais fácil, entrámos melhor, lá depois de sofrermos o golo as coisas complicaram-se», recorda o irmão mais velho de Bruno Alves.

Olhando para o FC Copenhaga, Geraldo vê uma equipa com limitações claras. «Fizemos a análise deles, já jogam juntos há muito tempo, combinam bem, mas acabam por ser um pouco previsíveis, lentos. Têm pontas de lança que são bastante grandes», observa, enquanto deixa ao FC Porto um conselho: «Pode explorar as debilidades defensivas dos dois laterais, que tentam sempre subir e são bastante lentos.»

Lá da Roménia, Geraldo também deixa uma opinião sobre o atual FC Porto, pelo que observou nos jogos que acompanhou. Uma declaração em defesa de André Silva. «Vejo que o FC Porto mudou muito, mas não vejo uma equipa muito a jogar para o ponta de lança. Acho que devia insistir nessa fórmula que noutras épocas resultou. Desde que me vim embora do futebol português esse era o mote do FC Porto», diz o veterano jogador português: «Acho que tem a obrigação de ter o André Silva como referência, ainda para mais um português, um dos jovens mais promissores que vi até agora. Fez uma excelente época na II Liga, agora está a afirmar-se na Liga, e deve valorizar-se o que é nacional.»

Se a batalha para o FC Porto está a começar, para os portugueses que já defrontaram o Copenhaga o tempo é agora de outras lutas. O Astra de Geraldo e Filipe Teixeira, que foi campeão na Roménia em circunstâncias muito complicadas, conseguiu chegar à fase de grupos da Liga Europa. «Pode ter representado a sobrevivência, diz o jogador português. «O clube anda continuamente com problemas, nós conseguimos a qualificação para a Liga Europa, pusemos tudo na Liga Europa porque era determinante para o futuro do clube, se não conseguíssemos a própria existência do clube podia estar em causa. Era fulcral entrar o dinheiro que a Liga Europa dá», diz, acreditando que a equipa pode ter uma palavra a dizer num grupo que tem a Roma, o Áustria Viena e o Viktoria Plzen. «A Roma não deve apostar muito na Liga Europa, com as outras equipas podemos ter hipóteses», acredita Geraldo.

Quanto ao APOEL, foi difícil digerir o afastamento da Champions, para uma equipa que nos últimos anos tem conseguido intrometer-se entre os grandes da Europa. Ainda para mais porque a eliminação foi semelhante à da época passada, no play-off frente ao Astana. Mas, como o futebol gosta de ajustar contas, é precisamente o Astana o primeiro adversário do APOEL na fase de grupos da Liga Europa. «No ano passado foi exatamente igual, foi praticamente uma cópia. É uma grande deceção para todos», nota Mário Sérgio: «Ainda temos uma dívida com o Astana, vamos tentar pagar essa dívida ganhando e tentando dar o melhor na Liga Europa.»

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