O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, considerou que houve duas principais razões para a derrota com o Rio Ave, em Vila do Conde, apontando que não esteve relacionada com o que tem sido a qualidade dos jogadores do FC Porto e que, depois, a equipa de Luís Freire mereceu ganhar e que os responsáveis pelo desfecho foi o próprio Conceição e também os jogadores.

O técnico dos dragões disse ainda ter sido «massacrado» durante a semana a propósito da abordagem ao «tempo útil de jogo».

«A derrota em Vila do Conde não teve que ver com o que é a qualidade individual ou coletiva da equipa, porque nisso acho que nós somos das equipas mais fortes em Portugal. Teve que ver com uma má abordagem ao jogo, alguma atitude já falada por parte de toda a gente, foi uma primeira parte má. Eu isso disse na flash, logo a seguir ao jogo, onde não tive informação nenhuma de uma coisa que fui massacrado esta semana, que foi o tempo útil de jogo e acho alguma piada a quem mete as garras de fora rapidamente para extrair algo que lhes interessa do meu discurso, em que assumi, eu e pelos meus jogadores, a culpa da primeira parte que fizemos e o que se passou na segunda parte. Tivemos ocasiões para ganhar o jogo, agora no geral acho que o Rio Ave, pelo que fez, mereceu ganhar. Ponto um, a derrota não tem que ver com a qualidade dos jogadores. Segundo, o Rio Ave mereceu ganhar e os responsáveis por essa derrota fui eu primeiro e a prestação dos meus jogadores, que não é o que têm vindo a mostrar nos últimos anos», começou por dizer, na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Gil Vicente, em Barcelos, para a 5.ª jornada da I Liga (sábado, 20h30).

«Depois falei no futebol português, mas de forma geral. Somos o 31.º país no tempo útil de jogo. A média daquele jogo foi superior – e foi – a alguns jogos do campeonato, mas não temos de ficar contentes, porque somos o 31.º país no tempo útil», prosseguiu, dando um exemplo do que sentiu em campo e viu depois, na revisão do jogo.

«E dou um exemplo, porque estou ali a viver o jogo, a olhar para o jogo, para a paragem, para um ritmo alto da minha equipa que queria ir atrás da diferença no marcador. A primeira parte correu com as paragens que achei normais. Na segunda parte deu-me uma sensação e fui ver o jogo e dou exemplos de dois períodos da segunda parte: dos 50 aos 60 minutos, não se jogou seis minutos. Podem ver se puxarem o jogo atrás. E dos 70 aos 80 jogaram-se cinco minutos. Ou seja, são 11 minutos, sem contar com as substituições de uma parte e outra, sem contar com outras situações normais do jogo. E depois chegamos ao fim e, durante a semana, sou completamente massacrado porque realmente este jogo em termos de média foi um bocadinho superior aos outros. Quer dizer, não faz sentido. Se queremos andar neste sentido, não contem comigo pelo menos em nenhuma reunião da Liga para promover o bom futebol e todo esse romantismo que para mim não existe e é uma hipocrisia», concluiu Conceição.