Quaresma deu este sábado uma entrevista ao Porto Canal, durante a qual admitiu que foi muito difícil para ele aceitar o convite para deixar o Barcelona e assinar pelo FC Porto.

Em 2004, na ressaca de um ano de ouro, em que até ganhou a Liga dos Campeões, o FC Porto fez várias vendas milionárias: Mourinho, Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira e Deco: o mágico do Dragão saiu para o Barcelona por 15 milhões de euros, mais o passe de Quaresma.

Ora foi precisamente isso que doeu a Quaresma: ser mercadoria num outro negócio.

«Custou-me ser moeda de troca no negócio do Deco. Custou-me porque, lá está, não acho ninguém melhor do que eu. E nunca achei. Isso para o meu ego, custou-me. Feriu-me. Sair como moeda de troca feriu-me no orgulho. Quer queiras ou não, fui uma troca», referiu.

«Nessa altura meti na cabeça: ‘ok, vou para o Porto, mas vão ver que não perderam nada em ir-me buscar’. Foi isso que aconteceu.»

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Nesta entrevista, Quaresma vai mais longe: o extremo diz que não queria regressar a Portugal para assinar pelo FC Porto, sendo que a vontade dele era voltar ao Sporting. Até fez força para isso.

«Quando o Jorge Mendes me fala de Portugal, eu queria voltar ao Sporting. O que é normal. Era o único clube que conhecia em Portugal. Queria voltar a minha casa. Mas senti que o Sporting andou ali a contar-me uma história», confessou.

«Senti que o Sporting já não me estava a tratar com aquele carinho que tinha tido no passado. Até que falei com o presidente Pinto da Costa. E nessa altura notei que ele me conhecia e me queria muito. Então decido: ‘ok, vou para o Porto’.»

Depois, mais tarde, Quaresma percebeu por fim que tinha dado o passo certo.

«Quando entrei no balneário do FC Porto e quando vi as referências do clube, sobretudo Jorge Costa e Vítor Baía, que para mim são as grandes referências do FC Porto que eu conheci. Nessa altura pensei: ‘ok, estou na casa certa e vou fazer tudo para que ninguém a assalte’.»