Sem os dois golos ao Sp. Braga, Kelvin não estaria no FC Porto no dia 11 de maio de 2013. O brasileiro saltou do banco, rendeu Lucho González, e marcou praticamente no último suspiro da partida frente ao Benfica, que permitiu aos dragões passar para o primeiro lugar.

Juntamente com Lucho e Castro, o brasileiro confessou que vê esse golo todas as semanas. «Foi um momento histórico. Vejo esse golo todas as semanas. Ainda hoje dá forças quando não estou bem. Dá-me motivação. Vou levar esse golo para a vida toda», referiu, durante o programa «FC Porto em casa».

Por sua vez, Lucho admitiu que ainda fica arrepiada quando vê o golo e recordou as celebrações quando a bola entrou na baliza de Artur.

«Quando a equipa não esta a ganhar, sais chateado. Aquela substituição já tinha sido feita outras vezes e acabou por dar certo. Sai chateado, mas fui um dos primeiros a abraçar o Kelvin. Foi dos golos que mais comemorei e um dos golos que está sempre na minha memória. É um dos meus preferidos mesmo sem ter sido eu a marcar», disse o argentino.

«O Vítor pensou que o Kelvin estava a resolver e deu-lhe mais uma oportunidade. Sofri muito de fora. Foi um dos golos que mais gostei. Não só pelo que representou, contra o maior rival, mas pelas circunstâncias. A verdade é que quando o Rui [assessor do FC Porto] me enviou o vídeo, estava a conduzir, mas comecei a vê-lo e fiquei com pele de galinha. A emoção dos adeptos, o Jesus ajoelhado e o Moreno [ndr: roupeiro] a festejar na cara dele. Foram muitas sensações num só momento. Lembro-me que antes há uma defesa do Helton a uma do 'Tacuara' Cardozo. Todos tiveram emoções diferentes nesse jogo», acrescentou.

André Castro não jogou e assistiu ao encontro frente ao Benfica no banco de suplentes. 

«Estava pessimista e preocupado. Foi como se tivesse experimentado a morte, já estava a ver o túnel e pensei 'vamos direitinhos'. Não queria acreditar que íamos perder o campeonato em casa para aqueles gajos. Não podia acontecer. Perder o campeonato, em casa, contra o Benfica era a pior coisa do mundo. Acabou por ser a melhor coisa do mundo», lembrou. 

Kelvin assumiu o protagonismo do diálogo, lembrando que perdeu uma bola para o Maxi que resultou no livre perigoso de Cardozo destacado anteriormente por Lucho. Antes do remate, o canarinho não dominou a bola nas melhores condições.

«O que o Vítor Pereira me disse? Não havia muito a dizer, faltavam dez minutos. Estava confiante e tinha de fazer algo para ajudar fosse um cruzamento, um passe ou um golo. Não ouvi muito o que ele disse. Estava habituado a jogar na direita, mas nesse dia fui para a esquerda», atentou antes de desenvolver o raciocínio.

«A receção não saiu como queria. O Dr. Puga disse-me 'dominas sempre a bola e vais para a linha do fundo. Nunca chutas e pensei que fosses cruzar'. Da forma como a bola veio, rematei e deu tudo certo.»

Vítor Pereira saiu do banco a correr desenfreadamente para celebrar o golo. Já no balneário, o treinador abraçou Kelvin e lágrimas. 

«(...) No final do jogo, o Vítor Pereira chorava muito no balneário. Entrei lá e ele estava à minha espera. Abraçou-me a chorar. Ele deu-me a oportunidade, foi mérito dele. É um grande treinador e foi muito importante nessa conquista», concluiu.