Mamadou Loum mostrou-se ao futebol português nos últimos meses, com a camisola do Moreirense, mas a verdade é que já está desde 2015 no nosso país. Nesse verão, o mais recente reforço do FC Porto trocou o US Ouakam, do Senegal, pela equipa B do Sp. Braga.

Numa primeira fase, Loum foi treinado por Abel Ferreira, mas foi com João Aroso - na temporada 2017/18 - que se impôs pelos Guerreiros do Minho na II Liga. 

Aroso treinou Loum entre maio de 2017 e janeiro de 2018, conhece como poucos o médio senegalês e traça-lhe o perfil em conversa com o Maisfutebol.

«Antes de mais, é importante dizer que o Loum é um rapaz impecável, muito empenhado e educado. É um bom profissional, sempre muito focado no trabalho e com a obsessão positiva de triunfar no futebol.»

Incrível: o dia em que Loum foi guarda-redes na II Liga

Antes de fazer uma avaliação técnica ao novo dragão, João Aroso gaba-lhe o espírito e a forma de olhar a carreira profissional.

«A maior particularidade no Loum sempre foi a vontade de aprender», conta o treinador de 43 anos. «Eu conheci-o no final da época 2016/17 e dizia-me que tinha o sonho e o objetivo de jogar na Liga dos Campeões. Tinha uma crença muito grande no trabalho dele. A verdade é que está perto de cumprir esse sonho e vai jogar a Champions.»

Coração bom, físico majestoso, disponibilidade total para o treino. Mas algumas limitações técnicas, aponta João Aroso. 

«Quando o conheci ele denotava dificuldades na receção e no passe. Jogava numa posição fulcral, ouvia sempre os meus conselhos com grande atenção e foi melhorando.»

«No início da temporada seguinte», recorda João Aroso, «teve uma lesãozita e não começou como titular». «Pouco a pouco, a sua dimensão física e poderio no jogo aéreo começaram a ser muito úteis nos jogos da II Liga. Ganhou o lugar na equipa, adquiriu confiança e tornou-se um elemento importante.»

Os minutos de competição deram a Loum o que precisava: segurança com a bola. Ou, pelo menos, maior segurança. «Sim, numa fase inicial, nós até sentíamos que os adversários saíam a pressioná-lo, porque sentiam que ele não decidia sempre bem. Com os jogos e o trabalho semanal, a evolução dele foi evidente. Mesmo nos aspetos em que tinha mais problemas.»

João Aroso assistiu, e contribuiu, para o crescimento global de Mamadou Loum. «É curioso. A partir de dada altura, ele passou a ter muita qualidade no passe tenso e vertical, para aproveitar a profundidade e a velocidade dos nossos avançados. O resto veio como consequência natural e a jogar no Moreirense explodiu completamente.»

Reforço do FC Porto, João Aroso pede tempo e insiste naquilo que mais o preocupa em Loum. «Se eu tivesse de definir uma área específica a necessitar de evolução, escolheria a receção e o toque imediatamente a seguir.»