José Peseiro foi apresentado no Dragão com pompa e circunstância, numa tribuna VIP com vista para o relvado, e com direito ao nome inscrito nos vidros da sala, naquele que o clube e o técnico querem (certamente) que seja um prenúncio para o ver, mais tarde, inscrito nos livros de glórias do clube.

Mais do que o mis en scene, o discurso do próprio treinador mostrou qual o objetivo: dar um pontapé no ciclo deste janeiro, a que o clube já chama de terrível, e tirar os jogadores de uma espiral negativa de confiança.

Fui contactado pelo presidente na manhã a seguir ao Rio Ave»

Exemplo claro disso, foi a resposta que José Peseiro deu quando questionado sobre se já estaria a pedir reforços ao presidente. «O mais importante é acreditar nos que temos. Se o FC Porto for buscar algum jogador não é por não é por desconfiar dos que tem e neste momento não está estabelecido se vai buscar alguém». Aliás, o treinador fez questão de dizer que a mensagem é precisamente para os jogadores. «Se eles não estiverem a ouvir, volto a dizer amanhã».

«Sei da exigência e responsabilidade de ser treinador do Porto»

Peseiro lembra mesmo: «Eles já estiveram em primeiro lugar da Liga e sabem que têm competência para voltarem a estar. Podem estar desconfiados, mas problemas de autoestima não têm».

E o treinador acredita que a mudança anímica já será visível no jogo com o Marítimo, do próximo domingo.«Em dois, três dias, os jogadores vão mostrar que têm essa capacidade de superação para encontrarem o seu equilíbrio emocional», afirmou, Até porque «em três dias, para o próximo jogo não há muito a mudar».

«Não vou agarrar nas ideias de Lopetegui»

«Quero que os jogadores percebam que têm muita qualidade. Podem estar desconfiados, mas isso acontece com todos. É momento de pensar nas coisas boas que já fizeram este ano, nas coisas maravilhosas que já fizeram nas suas carreiras. Isso não se está a passar agora, mas isso é normal».

Pinto da Costa fala em «unanimidade total» na escolha de Peseiro

E se os jogadores até podem andar «desconfiados» das suas capacidades, o treinador mostra-se confiante numa adaptação rápida ao lugar de timoneiro azul e branco. «Se achasse que fosse um desafio que não podia ter sucesso, não vinha. Se vim é porque acredito. Aquilo que quero passar vai passar. Step by step (passo a passo). Os jogadores quando são bons têm capacidade de aprender mais depressa. Chegando a um clube destes, mesmo havendo automatismos, acredito que vamos conseguir mudar o que é importante para nós para encontrarmos o caminho. O FC Porto acredita em mim e por isso me convidou para o cargo», frisou.