Fábio Silva não esconde que gostaria de ter ficado mais algum tempo no FC Porto, mas reconhece também que a proposta apresentada pelo Wolverhampton em 2020, a mais alta da história do clube inglês, era irrecusável.

«Gostava de ter ficado mais um ou dois anos no FC Porto, para sair mais preparado e fazer na equipa principal aquilo que fazia na formação: marcar golos, fazer assistências e ganhar títulos. Mas se dão 40 milhões de euros por um miúdo de 18 anos… como vais dizer que não? Eu entendo», diz o avançado português, em entrevista ao jornal espanhol Marca.

«A primeira época foi boa. Não penso ter contas pendentes: sou o português mais jovem e o jogador mais jovem dos Wolves a marcar na Premier League», acrescenta.

Agora emprestado ao PSV, Fábio Silva garante desconhecer o que acontecerá no futuro, até porque ainda não falou com Julen Lopetegui, treinador dos Wolves.

«Penso que é importante encontrar estabilidade num lugar, para deixar marca. Um jovem precisa de minutos, mas mudar sempre de equipa não é fácil», defende.

Fábio Silva venceu recentemente a Taça dos Países Baixos, e assumiu o papel de herói ao marcar o penálti decisivo.

«Gosto dessa responsabilidade, de sentir essa pressão extra. Por isso pedi para marcar o último penálti. O final foi sofrido, mas estava confiante. Só disso ao nosso guarda-redes para defender um penálti, que eu ia marcar o meu para conquistarmos o título», recorda.

«Quando marquei passaram muitas coisas pela cabeça. Os colegas vieram para cima de mim e eu nem conseguia falar. Comecei a correr para os nossos adeptos e os colegas brincaram: “Não sabíamos que eras tão rápido”», revela.

Agora treinado por Ruud van Nistelrooy, Fábio Silva destaca a oportunidade de trabalhar com alguém que foi uma referência entre avançados.

«Ajudou-me muito, desde a primeira chamada, quando ainda estava no Anderlecht. Passa a sua experiência como jogador, para ensinar-nos a dominar os jogos. Está sempre a dar conselhos e, por vezes, fica comigo a trabalhar a finalização. Dou muito valor à oportunidade de ter um dos melhores avançados da história preocupado comigo», afirma.

Fábio Silva deixa claro, em todo o caso, que «o ídolo de sempre é Cristiano Ronaldo». «Adoraria jogar com ele ou estar um bocado com ele, para ouvir alguns conselhos», explica o jovem avançado português, que também procura inspiração na mobilidade de Karim Benzema.

O antigo jogador do FC Porto «aprova» ainda a escolha de Roberto Martínez para selecionador de Portugal, revelando que chegou a cruzar-se com o técnico na Bélgica: «Vi-o no hotel, na minha primeira semana no Anderlecht. Foi muito simpático. Até me disse que, se precisasse de alguma coisa, que estava à disposição. Na seleção de sub-21 ainda não tive oportunidade de estar com ele, mas penso que a sua contratação foi acertada: é um bom treinador para Portugal.»