Há três meses no comando do FC Porto, Martín Anselmi considera que ainda não é hora de fazer um balanço sobre o trabalho à frente da equipa azul e branca.
«É difícil fazer balanços a meio da competição. Só se pode fazer balanços quando as coisas terminam, como quando acaba a época e se analisa para trás. Mas, no final de contas, vamos vendo o processo, revemos absolutamente tudo o que vai acontecer, como nos podemos adaptar, o que podemos incorporar, o que não está a funcionar e que papéis podemos preencher e, depois, encontramos a melhor forma de sermos competitivos», começou por dizer o técnico argentino na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Moreirense (sexta-feira, 20h15).
«Neste processo, atingimos alguma evolução como equipa em certos momentos, vê-se a ideia que queremos em campo e, noutros momentos, não teve o impacto que queríamos. E há jogos, como o passado, em que estivemos muito longe do que queremos ser. Essa consistência que nos tem faltado esta época é um ponto a corrigir. Uma equipa ganhadora e campeã requer consistência, sem dúvida. Temos de melhorar nesse sentido, como noutras coisas táticas. A consistência é determinante, por isso, nestes três jogos temos de a encontrar para encarar da melhor maneira a próxima época», completou.
Quando Anselmi chegou à Invicta, o FC Porto estava em igualdade pontual com o Benfica. Entretanto, o rival encarnado já abriu uma diferença de 13 pontos para os dragões, que não já estão fora da luta pelo título. Anselmi garantiu que tem analisado tudo o que pode melhorar na equipa, mas recusou revelar aos jornalistas o que tem falhado.
«Explicando eu, dou-te dez títulos com desculpas. Tenho de o explicar aos adeptos. Se quiserem juntamos os adeptos e eu explico-lhes. Mas explicar-vos a vocês para que depois expliquem aos adeptos, é dar-vos o jogo para que escrevam títulos. Não vou entrar nesse jogo, há um processo, uma mudança de ideia, um monte de coisas... uma mudança radical na forma de jogar, adaptação, resultados, venda de jogadores, muitas coisas que poderia enumerar», frisou.
«Fazemos a análise, estejam tranquilos que fazemos, eu faço-a todos os dias. Gosto de entender os porquês de tudo. Quando entendo os porquês, é como não fazermos algo por fazer, mas porque há uma lógica. Interessa-me saber como funciona a máquina e não que ela funciona apertando um botão. Vivemos dos erros e do acerto e errar acontece e pode ser permitido, mas o que não é permitido é não dares conta que erraste e tens de melhorar. Estejam tranquilos que nós fazemos esse caminho», concluiu.
O Maisfutebol solicitou uma pergunta na conferência de imprensa, mas o pedido não foi atendido. Assim, ficam aqui três tópicos que gostaríamos de perguntar ao treinador do FC Porto: rendimento de Pepê, que ainda não marcou ou assistiu desde que Anselmi chegou; que tipo de trabalho pede a Samu e se isso tem impedido o avançado espanhol de marcar os golos que marcou no início da temporada; quais os objetivos mínimos definidos para as últimas três jornadas e se os resultados desses jogos podem influenciar o futuro do treinador a curto prazo.