O Sindicato dos Jogadores (SJ) mostrou, esta segunda-feira, repúdio perante o sucedido com os insultos racistas ao jogador Moussa Marega no jogo V. Guimarães-FC Porto, disputado no domingo.

Em comunicado, o SJ manifestou «total solidariedade» com o avançado maliano do FC Porto e referiu que vai colocar «em prática todos os meios disponíveis para a identificação dos autores deste inaceitável ataque à dignidade do jogador Marega».

O organismo representativo dos futebolistas em Portugal deixou o aviso de que se não houver responsabilização pelos atos, vai haver uma intervenção sindical, já que «o racismo e discriminação no futebol são motivo mais que suficiente para que toda a classe venha a parar».

Leia aqui o comunicado na íntegra:

«O Sindicato dos Jogadores vem manifestar total solidariedade com o jogador Moussa Marega, vítima de insultos racistas no decurso de um jogo de futebol. Este caso merece, além da condenação de todos, um sincero reconhecimento ao jogador, pela coragem que teve em não pactuar com tal situação e promover o abandono do terreno de jogo.

Num país que se diz democrático, livre e respeitador da igualdade e dignidade de todos os seus cidadãos, comportamentos como este, num jogo de futebol ou em qualquer outra atividade, são inaceitáveis e um atentado ao nosso modo de vida.

O Sindicato condena este lamentável episódio que deve, mais uma vez, convocar todos os agentes desportivos para a necessidade de um discurso irrepreensível, na manifestação da intolerância com fenómenos de violência, racismo ou qualquer outra forma de discriminação.

A justiça criminal, e desportiva, não podem deixar de cumprir o seu papel ou pactuar com silêncios, colocando em prática todos os meios disponíveis para a identificação dos autores deste inaceitável ataque à dignidade do jogador Marega e o seu afastamento deste ou de qualquer outro recinto desportivo.

Reiterando o seu apoio incondicional ao jogador Moussa Marega, o Sindicato dos Jogadores reforça o seu comprometimento com o combate ao racismo, que muitas vezes atua no subconsciente da população e se manifesta em prejuízo dos mais elementares valores de convivência em sociedade.

Desta vez parou Marega. Se nada for feito, o Sindicato dos Jogadores faz saber que o racismo e discriminação no futebol são motivo mais que suficiente para que toda a classe venha a parar.

O Sindicato irá, ainda, continuar o trabalho na educação e sensibilização, em especial dos mais jovens, através de iniciativas como a Semana Contra o Racismo e a Violência no Desporto.

Por fim, o Sindicato dos Jogadores e a família da FIFPro fazem saber que estão ao lado de Marega para tudo aquilo de que precisar».