Um operador de câmara da CMTV revelou, esta terça-feira, que foi intimidado por Vítor Catão junto ao Estádio do Dragão, enquanto acompanhava em trabalho a Assembleia Geral (AG) do FC Porto de novembro de 2023.
O repórter relatou, na 11.ª sessão do julgamento, no Tribunal de São João Novo, no Porto, que Catão o interpelou, num tom que considerou ameaçador, e exigiu que abandonasse o local.
«Saí do carro, quando ouvi Vítor Catão a dirigir-se aos berros, a dizer para nós sairmos dali, que não estaríamos lá a fazer nada. Havia dois elementos dos Super Dragões atrás dele, a tentar acalmá-lo», afirmou, no âmbito do processo da Operação Pretoriano.
A testemunha lembrou que existe um áudio no qual são explícitas as ameaças à integridade física de que foi alvo, enquanto Catão, arguido no processo, assumiu os factos e apresentou um pedido de desculpas ao repórter, bem como a todos os presentes na sessão.
Após abandonar o local, a equipa da CMTV voltou a uma zona onde estavam jornalistas de outros órgãos de comunicação social. Aí, foi abordada de forma agressiva por «três jovens», antes de abandonar de vez o espaço.
Também esta manhã, dois sócios do FC Porto declararam ter presenciado um clima de medo no interior do pavilhão Dragão Arena. Um dos associados contou que uma família foi fisicamente agredida.
Vítor Catão e Fernando Madureira, antigo líder dos Super Dragões, foram visados como pertencentes a grupos que terão insultado e coagido aglomerados de adeptos que não se manifestavam a favor do então presidente Jorge Nuno Pinto da Costa.