Declarações de Nuno Espírito Santo, treinador do FC Porto, em entrevista ao Porto Canal:

[O Nuno podia ter feito melhor?] «Todos os jogos podemos fazer melhor. E da maneira como se deu o jogo...um empate injusto e a equipa mereceu a vitória.»

[o que sentiu com o golo nos descontos?] «Uma grande impotência por saber que não havia mais tempo para reagir, não podia fazer mais para mudar o resultado. Mas, na jogada a seguir, foi logo oportunidade para o FC Porto (...) Nos descontos a exigência tem que ser máxima. É o período de tempo em que temos que estar mais concentrados, mais atentos. E o que aconteceu foi isso: uma desconcentração, uma desatenção, que nos fez empatar esse jogo.»

[as substituições levaram os jogadores a pensar em recuar?] «As substituições foram feitas com base no que observámos e julgámos ser melhor para a equipa. O jogo é feito de equilíbrios e nesse momento necessitávamos de ter equilíbrio, mais posse de bola, porque tivemos uma quantidade tão grande de ataques em que não conseguimos fechar o resultado. Criámos muitas ocasiões, podíamos ter fechado. Jogámos completamente no campo adversário e isso cria um desgaste muito grande.E as substituições foram feitas para dar outras armas à equipa para poder responder ao adversário e continuar a procurar o golo. Nunca renunciámos ao ataque. Após a entrada de um terceiro médio, por parte do rival, conseguiram ter um pouco mais o controlo do jogo a nível do meio campo e criar um pouco mais dificuldades à nossa recuperação de bola, mas nós respondemos de forma proactiva.»

[depois de rever o jogo, faria tudo na mesma?] «Não tenho dúvidas nenhumas porque tudo foi pensado. Não somos adeptos. Nós ponderamos. Um ou outro jogador… talvez, mas a raiz é o pensamento, a decisão, que tenha o seu fundamento.»

[A 5 pontos do Benfica as ambições estão intactas?] «Absolutamente intactas. O campeonato é uma caminhada longa. Estamos na 10ª jornada. O cenário que traçámos era estar a dois. Mas estamos no caminho. Em novembro, não podemos dizer que há uma equipa campeã. Vamos falar no final da época.

«Não é só este jogo, perdemos pontos onde não devíamos perder. Devíamos e podíamos ter outro número de pontos se tivéssemos vencido os jogos que pensámos vencer. Outros vão perder, nós vamos tentar não repetir os mesmos erros. Já aprendemos o suficiente para saber onde e quando não podemos perder.»

Acha que falhou em alguns desses jogos? «Sem dúvida».

Quais os pontos que lhe custou mais perder? «A injustiça do jogo de domingo foi algo que todos sentimos, desde os jogadores, à equipa técnica, adeptos, estes dois pontos foram difíceis de deixar fugir. Vamos ser mais fortes, foram catalisadores ao mesmo tempo».

Exigência de títulos? «Não nos podemos demitir do ciclo em que estamos, há necessidade de quebrar este ciclo, é demasiado tempo sem ganhar títulos, o caminho é o que nós vimos no domingo. Nós somos responsáveis por quebrar o ciclo»

Melhor sistema foi o que usou contra o Benfica? «Os sistemas são infinitos. O jogo é feito de equilíbrios. Temos de pensar que para ser fortes, temos de estar bem a defender. Para marcar golos temos de ter presença na área. A estratégia vai evoluindo. Todos gostavam de nos ver a jogar com três avançados, mas temos de ser capazes a adaptar os jogadores à nossa ideia».

«O sistema não radica no posicionamento inicial do jogador, mas na capacidade de ter mobilidade e agir em várias zonas do campo. Nós queremos que a equipa produza o campo a 60 metros e sabemos que assim os nossos laterais vão estar muito altos. Vão ser os nossos alas. E se forem os nossos alas, têm de jogar na área».

Mudanças no onze: «Após o jogo com o Nacional, o onze vai-se repetindo mais vezes, mas não é garantido que seja definitivo. Queremos que o FC Porto jogue um futebol alegre, vistoso, dominador, que deixe os adeptos satisfeitos e confortados com os 3 pontos»

Meio campo e ataque tão jovem, é um risco? «Não. A nossa juventude é uma virtude. Temos que lhes dar confiança e potenciar a irreverência e o talento que eles têm. Também temos experiência e veterania em postos importantes. Não sinto que esteja a correr um risco».

«Temos hoje o plantel que queremos. E estou convicto de que a melhor versão do FC Porto ainda está por chegar»

Entradas em janeiro? «Tudo o que seja ajustes de plantel, entradas, terão que trazer mais competitividade, que melhore a qualidade que há». 

Qual era a intenção com o quadro na conferência de imprensa? «Foi instintivo. Achei que naquele momento era importante transmitir aos portistas o que significava [ser um jogador à Porto]. Eu sei que o desenho é horrível, mas queria transmitir o que nós consideramos fundamental, essencialmente para os adeptos».