O administrador da SAD do FC Porto, Fernando Gomes, admitiu esta segunda-feira que os dragões vão ter de vender jogadores até ao final do mês de junho.

«Não adianta estar aqui a enganar a questão. Tem de ser até 30 de junho. Os resultados até à meia-noite de 30 de junho é que contam para o fecho de contas deste ano. A acontecer alguma coisa, e tem de acontecer, é até 30 de junho», assegurou o dirigente da SAD portista, à margem da apresentação dos resultados do empréstimo obrigacionista que rendeu 55 milhões de euros, nas instalações da Euronext.

Fernando Gomes sublinhou ainda as adversidades que os três clubes grandes portugueses atravessam a nível financeiro.

«Penso que a opinião pública que acompanha o fenómeno futebolístico em Portugal sabe que os clubes competitivos a nível internacional não têm alternativa que não seja vender os principais ativos, ou alguns dos principais ativos, para equilibrar as contas. Não há maneira de equilibrar resultados em nenhum dos três grandes que não seja através de venda de ativos. Sempre foi assim no FC Porto. Foi o primeiro clube a ter um modelo bem interessante no mercado internacional. Este ano, não vai ser exceção», frisou.

«Não estamos em condições de fecho de contas para poder dizer qual é o valor que vai ser necessário para mais-valias. Estamos a apurar quanto vamos precisar de realizar de mais-valias para equilibrar as contas, mas vamos ter de equilibrar as contas. Essas mais-valias serão menores. Com o acesso à Liga dos Campeões e uma pontuação interessante do FC Porto internacionalmente, vai permitir ultrapassar 40 milhões de euros em termos de contribuição da UEFA para já», acrescentou.

O administrador da SAD azul e branca garantiu também que a taxa de juro de 6,25 por cento «é sustentável».

«A comparação terá de ser feita com os meios alternativos de financiamento que temos. Não se financia só com empréstimos obrigacionistas, é insuficiente para as obrigações financeiras anuais. A banca, quando se trata de financiar, leva taxas bem elevadas. Por isso, digamos, estamos a pagar um bocadinho mais do que a nossa média de financiamento anual. É sustentável porque o recurso aos mercados financeiros, por via do financiamento direto, não se consegue taxas mais baixas mesmo com garantias muito fortes como recursos da Liga dos Campeões. Mesmo aí, as taxas de financiamento não são tão atrativas para considerarmos esta taxa muito elevada», concluiu.