Na sequência da venda de David Carmo do Sp. Braga ao FC Porto, o presidente da AD Sanjoanense confirmou que antes do negócio entre arsenalistas e dragões se ter concretizado chegou a acordo com o emblema minhota para a alienação dos 10 por cento que ainda estavam na sua posse, informação que o Maisfutebol já tinha avançado.

Em comunicado, Luís Vargas Cruz diz que a direção da Sanjoanense resistiu a «várias propostas» apresentadas pelo Sp. Braga no último mês para que alienasse os 10 por cento a que teria direito numa futura venda, apesar das dificuldades diárias de tesouraria que o clube enfrenta.

«Na passada segunda-feira, fechou-se com o SC Braga a venda dos referido direito económicos a troco de 950 mil euros, mais os 43 mil euros relativos ao mecanismo de solidariedade, que serão pagos pelo FC Porto à ADS. São cerca de 993 mil euros de uma venda absolutamente histórica para esta instituição, montante global pago no espaço de seis meses, dividido por três tranches, livres de encargos e outros tipos de custas, e que permitem à ADS não estar dependente dos prazos de pagamento acordados entre o SC Braga e o FC Porto (no mínimo 4 anos)», esclarece-se num dos pontos do esclarecimento.

Recorde-se que o Sp. Braga vendeu David Carmo ao FC Porto por 20 milhões de euros. Caso a Sanjoanense não tivesse negociado com os arsenalistas, teria direito a arrecadar 2 milhões de euros, embora pudessem não ser imediatos. Luís Vargas Cruz considera que o negócio defendeu os interesses da Sanjoanense. «Neste momento histórico para a ADS, a união entre todos os que compõem esta família deve estar acima da ganância. Desde há 13 anos que o pensamento racional guia o dia a dia deste clube. E foi a pensar no clube, tendo em conta a situação atual e as dificuldades vividas, que se fechou este acordo», acrescenta-se.

COMUNICADO DA SANJOANENSE NA ÍNTEGRA:

«Consumada a transferência do atleta David Carmo para o FC Porto e após a ratificação do acordo com o Sp. Braga, por maioria, pela Direção da ADS na noite de ontem, e sendo do conhecimento público que a Sanjoanense detinha 10 por cento das dos direitos económicos numa futura transferência do jogador, vem o Presidente da Direção, tecer as seguintes considerações junto dos sócios e simpatizantes:
1) Há 13 anos, a ADS tinha 1,5 milhões de euros de passivo. Hoje, esse valor ronda os 400 mil euros. São 13 anos de (ainda) muitas dificuldades, muito sofrimento, muitas contas para pagar, mas o clube está às portas do centenário com outra vitalidade.
2) Em 2014, o atleta David Carmo reforçou os sub-17 da Sanjoanense. Uma época depois, foi vendido ao Braga, tendo a ADS ficado com 10 por cento dos direitos económicos após dedução de encargos e custas (resultado líquido) de uma futura transferência.
3) No acordo assinado em 8/7/2015, ficou estipulado que os 10 por cento resultariam do valor líquido da transferência, após deuzido os encargos direta ou indiretamente resultantes do contrato, custos de intermediação , agenciamento, mecanismo de solidariedade. Valor liquido esse que só seria liquidado, 120 dias depois do SC Braga receber a última prestação acordada com o FC Porto.( daqui a cerca de 4 anos) .
4) A AD Sanjoanense foi contactada pelo SC Braga, no último mês, para alienar esses 10 por cento, e foi resistindo sucessivamente a várias propostas, pese embora o clube continuar a atravessar dificuldades de tesouraria do dia a dia.
5) Na passada segunda-feira, fechou-se com o SC Braga a venda dos referido direito económicos a troco de 950 mil euros, mais os 43 mil euros relativos ao mecanismo de solidariedade, que serão pagos pelo FC Porto à ADS. São cerca de 993 mil euros de uma venda absolutamente histórica para esta instituição, montante global pago no espaço de seis meses, dividido por três tranches, livres de encargos e outros tipos de custas, e que permitem à ADS não estar dependente dos prazos de pagamento acordados entre o SC Braga e o FC Porto (no mínimo 4 anos).
6) Neste momento histórico para a ADS, a união entre todos os que compõem esta família deve estar acima da ganância. Desde há 13 anos que o pensamento racional guia o dia a dia deste clube. E foi a pensar no clube, tendo em conta a situação atual e as dificuldades vividas, que se fechou este acordo.
7) Reforço: se não se concretizasse este acordo, a AD Sanjoanense só receberia o valor líquido da transferência e somente 120 dias após a última prestação paga pelo FC Porto ao SC Braga.
8 ) Neste sentido, vem o Presidente da Direção solicitar ao Presidente da mesa da Assembleia Geral a marcação de uma Assembleia Extraordinária com caráter de urgência, para de forma transparente prestar toda a informação aos sócios e simpatizantes.
9) Este acordo não poderá desviar o clube do foco que tem sido estes 13 anos. A caminho do centenário, a ADS olha para 2024 com outra disposição: com a capacidade de renegociar e praticamente eliminar o passivo até lá, e de poder investir nas suas infraestruturas. Sem loucuras e com a humildade que caracteriza a cidade do trabalho.
O Presidente da Direcção da ADS,
LUIS VARGAS CRUZ
Viva a ADS!»