Sérgio Conceição foi questionado, em conferência de imprensa, sobre se o jogo com o Belenenses, que os dragões venceram por 5-0, é um exemplo da forma como o técnico quer a equipa a jogar.

«Houve momentos individuais, aquilo que é o sexto momento. Em futebol, falamos dos quatro momentos: organização defensiva, organização ofensiva, transição defensiva e transição ofensiva. Depois há um quinto, que foi inventado pelo Jorge Jesus, que é o das bolas paradas. Costumo brincar com ele sobre isso... E há o sexto, que é o do talento do jogador. Por vezes, é isso que conta», disse o treinador.

«Contra o Belenenses, ficou no olho que houve momentos fantásticos da equipa, mas acho que foram mais momentos individuais. Em termos coletivos, fizemos dos jogos mais fracos em casa, principalmente na primeira parte», apontou Sérgio Conceição. «Há sempre coisas a melhorar e o foco é esse.»

O técnico foi ainda questionado sobre se o bom momento de Marega e Soares resulta do trabalho específico feito nos treinos. «Há sempre trabalho a fazer com os diferentes setores da equipa. Com os avançados, fazemos esse trabalho, mas acho que não tem a ver com isso», começou por dizer.

«Voltámos de um período de paragem extremamente longo, que não é normal no futebol. Estivemos três meses sem jogar, voltámos à competição em três semanas e é normal e natural que os jogadores vão ficando em melhor forma», explicou.

«Houve trabalho com os avançados, mas não somos nós que metemos a bola lá dentro. Às vezes podemos trabalhar muito e a bola sair ao lado, ao poste, à trave… é a questão de a bola entrar, criar mais situações… como eu disse há umas semanas e fui mal interpretado, ter mais penáltis, mas não que nos oferecessem, mas sim ter mais situações dentro de área que provocassem o adversário para ter mais penáltis.»

Sérgio Conceição falou ainda do momento entre Fábio Vieira e Alex Telles, que levou a que o jovem jogador portista batesse o livre, que resultou em golo. «Dou bastante importância a esse espírito de grupo, a esse respeito entre eles.»

«Hoje em dia, devo confessar que é muito mais fácil para os miúdos, porque encontram um grupo de jogadores mais experientes que facilitam a adaptação e, passado pouco tempo, fazem parte da família. Antigamente, e eu senti isso na pele, era mais difícil entrarem», apontou.

«Eles dão-se muito bem e muitos saem daqui no mesmo carro. Hoje a ligação entre eles é mais forte e por isso também é mais fácil nas equipas ditas grandes haver jovens a aparecer. O difícil é depois manterem-se lá em cima.»