O empate do FC Porto em Guimarães permitiu ao Benfica encurtar a distância para o primeiro lugar. Em relação à menor distância pontual para o segundo classificado, Sérgio Conceição assumiu «estar com azia».

«Estou com mais azia. Mas é igual. Estou com mais azia, porque estávamos a cinco e agora estamos a três. Perdemos pontos importantes. Temos de olhar para isso de forma tranquilo. Perdemos dois pontos [em Guimarães], mas a jogar desta forma vamos ganhar muitos jogos. Estamos convictos de que vamos ser campeões. Existem jogos em que criámos muito menos e ganhámos 1-0. A riqueza do futebol a ver com isso», respondeu.

Já antes o técnico dos azuis e brancos tinha voltado a falar do último jogo da Liga em Guimarães frente ao Vitória (0-0). Conceição queixou-se do tempo perdido pelo adversário e relembrou a atitude de Silas perante uma situação semelhante.

«Muitas coisas passam despercebidas aos adeptos e aos jornalistas que estão a analisar o jogo. Não reparam que nos apanha-bolas que, por vezes, deixam a bola no chão em vez de entregarem aos jogadores. Temos filmagens que apanham tudo e vimos alguns comportamentos que não são normais. Aconteceu algo semelhante no Jamor e o Silas chamou a atenção dos apanha-bolas ao intervalo. Tive a oportunidade de estar com ele na Cidade do Futebol e falámos disso. O Luís Castro disse que o Vitória teve de baixar linhas de acordo com a intensidade de jogo do FC Porto. Não houve uma equipa que tenha criado seis ou sete ocasiões claras para marcar em Guimarães. Podíamos ter ganho o jogo», lembrou.

O treinador dos campeões nacionais abordou as mudanças que os oponentes fazem, por opção ou obrigação, quando defrontam a sua equipa.

«Olhar de forma incisiva para a baliza não tem nada a ver com saber jogar. Temos quase 70% de posse de bola. A posse de bola passiva não me interessa. Não vejo o jogo dessa forma. Por vezes, os adversários são obrigados a alterar as identidades que tanto apregoam. Depois esquecem-se que jogam contra equipas que os obrigam a alterar essa identidade. Se jogasse contra o FC Porto também teria cautelas e precauções pela intensidade grande que coloca em campo e pelo impacto físico incrível que tem», atirou, aproveitando para voltar a elogiar o Moreirense.

«Nunca vi o Moreirense perder tempo, muito sinceramente. Isso é de louvar. É uma equipa positiva, que quer jogar, fiel à sua identidade. Amanhã [sexta-feira] vamos ter períodos em que vamos jogar no meio-campo defensivo deles. Contudo, isso não significa que o princípio do Moreirense não passe por jogar e procurar a baliza contrária.»

Por último, Conceição desvalorizou o facto de ter dez brasileiros no plantel. «Sinceramente nem sabia. Não estou atento à nacionalidade dos jogadores ou à cor de pele ou se gosta de ver filmes ou jogar consola. Vejo-o como ele é enquanto atleta e pessoa. Joguei com muitos brasileiros e os que tenho aqui são diferentes. Não diferencio os jogadores pela sua nacionalidade, quero é bons jogadores», concluiu.