O treinador do FC Porto lembrou as suas raízes e as suas primeiras épocas como jogador para assumir que é um admirador dos campeonatos distritais. Vai sempre que pode ao estádio na zona de Coimbra quando vai à sua terra natal e também segue o Campeonato de Portugal, prova da qual surge o adversário deste sábado, o Fabril, na terceira eliminatória da Taça.

«Acompanho, sou um admirador confesso, não só dos distritais. Na zona de Coimbra, quando eu estou em Coimbra, varro tudo. Tudo o que eu posso ver, vou ao estádio para beber a minha ‘minizinha’ no café lá ao lado dos campos. E o Campeonato de Portugal também sigo, até porque tenho um filho a jogar no Estrela e tenho todo o gosto em seguir. Acho que há muita qualidade e muitas vezes, a falta de oportunidade que têm, aproveitam estes jogos para demonstrar a sua qualidade, o seu talento. Acredito que há muitos jogadores nas divisões secundárias que podem dar um salto», disse Conceição, questionado pelo Maisfutebol sobre o que pensa do CP no panorama do futebol português.

O técnico dos dragões prosseguiu com a ideia, recuando no tempo, quando foi do Penafiel à Lazio em quatro anos, de 1994 a 1998, com Leça, Felgueiras e FC Porto pelo meio.

«Nunca mais me esqueço da minha situação, que foi incrível. Estive no Penafiel quase a descer de divisão no primeiro ano [à então II B, equivalente ao atual CP], no segundo estive no Leça onde fomos campeões nacionais [da Honra, atual II Liga], no terceiro estava na I Liga no Felgueiras e no ano seguinte estava no FC Porto. Dois anos depois - e parece que foi muito tempo, mas não - estava em Itália na equipa mais cara do mundo na altura. Quatro anos antes estava no Penafiel para não descer para a II B», afirmou.

«Acho que há qualidade, é preciso apostar nesses jovens dessas divisões. Sinceramente, nada tenho contra jogadores vindos de fora, até porque fui emigrante durante muitos anos e eu gosto que jogadores venham para o nosso campeonato e que sejam mais-valias. O que eu não gosto muitas vezes é que haja muita gente que não do nosso país - e sou aberto e não quero entrar em polémicas (risos) - e haver tantos jovens portugueses que têm talento e qualidade. Vemos as seleções jovens a jogar e é incrível a qualidade e o talento dos nossos jovens», concluiu.