Vítor Bruno, treinador-adjunto do FC Porto, em declarações na zona de entrevistas rápidas da TVI, após a vitória com o Benfica no Dragão, que valeu a passagem dos dragões aos oitavos de final da Taça de Portugal:

«Os primeiros 30 minutos foram decisivos. Quando analisámos o nosso adversário percebemos que tinha qualidade e ao desmontá-lo percebemos também que era importante lançar no jogo o nosso melhor traje competitivo, injetar alta rotação desde o apito inicial, carregados de intencionalidade no nosso jogar, procurar caminhos para a baliza adversária e ferir o adversário. Defensivamente conseguimos limitar e castrar aqueles que são os principais alimentadores do jogo ofensivo do Benfica. Fizemo-lo muito bem, criámos várias situações na primeira parte, organizados atrás, a pressionar mais alto e muitas vezes posicionalmente muito metidos no jogo, porque também faz parte das grandes equipas perceberem quando têm de recolher o bloco e perceber a dimensão do adversário que está do outro lado, que tem valia. Na segunda parte tivemos de reajustar, percebemos que com menos um era importante fecharmos a largura, porque com 4-4-2 e dois homens na frente iam obrigar-nos a envolver pelos corredores laterais e tínhamos necessidade de proteger essa área do campo. O Luis Díaz fê-lo muito bem, entregou-se ao jogo de uma forma brutal. Muitas vezes olhámos para aquilo que é a genialidade do jogador e esquecemos a missão tática dele e ele foi perfeito nesse momento. Todos os jogadores contribuíram de uma forma decisiva e a chave da segunda parte é por aí. A organização defensiva foi muito boa, de grande qualidade. Para o comum adepto eu acredito que seja mais apelativo ver uma equipa que ataque, sempre por cima, com vários momentos de genialidade, mas percebemos que a forma de segurar o resultado que estava a nosso favor era investir na capacidade de sofrer e aí os jogadores foram enormes, como têm sido até aqui.

[Vitória contra rival] É importante, mas acaba aqui. É uma vitória, permite-nos estar na próxima fase da competição. Agora percebemos que o jogo daqui a sete dias vai ser completamente diferente. Certamente dia 30 será diferente e expectar uma equipa com muita vontade de vir aqui fazer um resultado completamente diferente.

[Lições deste jogo para o próximo] Não ensina nada, vai requerer de nós o trabalho semanal habitual. Fazer a análise do jogo, perceber do ponto de vista, individual, sectorial e coletivo onde estivemos bem, onde podemos melhorar, cruzar essa informação com a do adversário. Estrategicamente pode aparecer uma estratégia diferente da nossa parte e da parte do Benfica.»