Vitinha já fala como jogador do Paris Saint-Germain, que pagou a cláusula de rescisão no valor de 40 milhões de euros para o contratar ao FC Porto.

O internacional português concedeu uma longa entrevista à RCM Sport, na qual abordou vários temas relacionados com a mudança para o PSG e a sua evolução enquanto jogador.

Chegado a um dos clubes mais poderosos do mundo, o jovem médio foi questionado se não o assusta a ideia de que há um ano voltava ao FC Porto após um empréstimo ao Wolverhampton, agora está no Paris Saint-Germain.

«Não. Assustava-me era se não tivesse jogado no FC Porto, se não tivesse jogado onde quer que estivesse. Todos os jogadores sonham com isto. A mim só me deixa orgulhoso, não me dá qualquer medo. Estou preparadíssimo», assegurou.

«Jogar na liga francesa estava nos meus objetivos. É um campeonato muito competitivo. Um pouco físico e com um jogo muito rápido. Veremos como vou reagir a essas características de jogo. Mas também vou impor um pouco do meu jogo e da minha forma de jogar».

O médio internacional português aceitou por isso o desafio de se descrever essa forma de jogar.

«Sou um jogador tecnicista. Adoro ter a bola, organizar e pensar o jogo. Ultimamente, sobretudo no último ano, juntei a essas características algo que não tinha tanto: a parte defensiva, a agressividade, a reação à perda. Sou agora um jogador mais completo, apesar d ainda ter margem de progressão», começou por dizer, antes de tecer rasgados elogios a Sérgio Conceição.

«Já o disse, mas vou repetir quantas vezes forem necessárias: Conceição foi muito importante. Ele dizia-me uma coisa engraçada, mas que é verdade. Dizia-me que pela forma como eu jogava há um ou dois anos, tinha dois ou três clubes nos quais podia jogar. Com posse de bola, muita técnica… mas faltava mais. Agora, com o que acrescentei ao meu jogo, posso jogar em qualquer clube do mundo», sublinhou.

Já quando confrontado com comparações a Iniesta, Xavi, Deco ou Moutinho, o jogador de 22 anos reconhece inspiração nesses jogadores, mas recusa ter uma referência definida.

«Fui buscar um pouco de cada. Gostava e gosto muito de os ver jogar, mas quero ser o Vitinha. Também quero vir a ser uma referência.»

Vitinha recusa ainda que o preço que custou possa ter influência na sua adaptação, garantindo que os 40 milhões que o PSG investiu na sua contratação não é algo que lhe tire o sono.

«Não ligo a isso. É algo que é ditado pelo mercado, elos clubes. Não posso nem devo concentrar-me nesses assuntos. Centro-me no meu trabalho diário e só posso prometer trabalhar para ajudar a equipa.»

Da mesma idade de Mbappé, Vitinha falou ainda sobre o que lhe inspira o jogador francês.

«Ele inspira-me… a vontade de chegar ao nível dele. Tem um nível incrível, é um dos melhores do mundo. Vou fazer tudo atingir esse nível e estou no melhor clube para o fazer.»

E sobre a possibilidade de trabalhar com Messi, depois de treinar com Ronaldo na seleção, e qual o melhor dos dois, a reação foi a… mais politicamente correta.

«Vocês já sabem a resposta a essa pergunta. É impossível comparar esses dois monstros do futebol. Eu sou um privilegiado por poder jogar com ambos.»