Os clubes das competições não profissionais estão, a partir desta quarta-feira, a receber as verbas aprovadas através da linha de crédito de um milhão de euros, criada pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), na sequência do cancelamento das competições amadoras em Portugal devido à pandemia da covid-19.

A confirmação foi dada à agência Lusa por fonte oficial da FPF que revelou que alguns clubes, na sua maioria a competir no Campeonato de Portugal, estão já a receber os montantes que solicitaram enquanto dezenas de outros pedidos se encontram a ser analisados até final do mês de forma a receberem uma resposta.

Esta linha de crédito foi criada pela FPF em 16 de março, 4 dias após o anúncio da suspensão das competições nacionais de futebol e futsal, com as mesmas a serem mesmo canceladas no dia 8 de abril. Antes, a 27 de março, já as competições dos escalões de formação tinham sido alvo de cancelamento, devido ao estado de emergência decretado em Portugal para enfrentar o surto do novo coronavírus.

Para além de uma linha de crédito, que começa agora a ajudar os clubes não profissionais, a FPF lançou igualmente um fundo no valor de 4,7 milhões de euros, de forma a criar instrumentos para ajudar os emblemas das competições amadoras a ultrapassarem os efeitos financeiros da pandemia nas suas tesourarias. Um fundo que esta semana foi reforçado em cerca de um milhão de euros graças à doação, por parte da seleção nacional de metade do valor do prémio de qualificação para o Euro 2020, que agora se realizará em 2021.

Até 30 de abril os clubes não profissionais podem candidatar-se ao fundo de ajuda da FPF, cujas regras pressupõem que os clubes do Campeonato de Portugal e da Liga feminina possam receber uma verba total de 35.250 euros, em duas parcelas de 17.625 euros a serem a serem disponibilizadas nos meses de maio e junho.

Para aceder a este fundo os clubes terão que comprovar a inexistência de salários em atraso até final de fevereiro de 2020 e, após terem acesso ao financiamento, estão obrigados a ser cumpridores nas próximas quatro temporadas, mantendo todas as equipas em atividade.

Na primeira época, os emblemas que utilizarem o fundo terão que pagar 10% do valor disponibilizado pela FPF, seguindo-se 25% e 32%, na segunda e terceira épocas, respetivamente. Os restantes 33% serão a fundo perdido, o que significa mais 8% do que estava inicialmente previsto.

Já para os emblemas dos campeonatos de futsal masculinos e femininos está reservado um montante máximo de 24.000 euros, uma quantia três vezes superior à atribuída ao segundo escalão de futebol feminino (8.000 euros) e também acima da segunda divisão de futsal (6.300 euros).

Quanto às verbas agora recebidas pelos clubes no âmbito da linha de crédito, estas serão descontadas nos valores globais do fundo, de acordo com o regulamento aprovado pela FPF e ontem tornado público pelo organismo.

Em Portugal, o novo coronavírus já provocou 599 vítimas mortais e 18.091 infetados com a covid-19. 
383 pessoas recuperaram totalmente da doença.