A Federação Portuguesa de Futebol vai convidar em fevereiro todos os clubes da Liga portuguesa masculina a integrarem o campeonato nacional de futebol feminino já a partir da próxima época.

De todos os clubes convidados, os quatro que preencherem melhor os requisitos que ainda serão alinhavados juntar-se-ão em 2016/17 aos restantes 8 do campeonato nacional e aos dois que subirem à 1.ª categoria do futebol feminino português.

Quer isto dizer que a partir da próxima época o campeonato nacional feminino terá 14 equipas em vez das dez atuais e que, caso assim o entendam e preencham os requisitos, os chamados «três grandes» poderão disputar a competição.

Este é o quinto aspeto integrante de um plano estratégico com vista ao desenvolvimento do futebol português até 2020 e no qual a FPF se propõe a duplicar o número de jogadoras, estabelecendo ainda como meta a subida ao 25.º lugar do ranking FIFA durante este período.

«Só conseguimos evoluir se tivermos mais praticantes», apontou o presidente da FPF, Fernando Gomes, esta sexta-feira em conversa com os jornalistas na sede do organismo máximo do futebol português e onde foi ainda apresentado um novo sponsor que dará nome ao campeonato a partir da próxima temporada. O responsável lembrou que nos últimos anos têm sido implementadas medidas com o objetivo de ajudar a evoluir o futebol feminino no país.



Entre os cinco pontos de integram o plano estratégico da FPF estão em marcha Supertaça, cuja primeira edição de realizou esta temporada, do campeonato nacional de juniores, a criação de centros de treino que reúnam as melhores futebolistas de cada uma das 20 associações distritais e a realização de torneios regionais e nacionais.

Numa conversa na qual participou ainda a diretora do futebol feminino na FPF, Mónica Jorge, foram apresentados vários dados que comprovam que as medidas já implementadas contribuíram para aumentar o número de mulheres praticantes do «desporto-rei» em Portugal e que se traduziram num aumento de 17,8 por cento só de 2014 para 2015.

«Queremos que todos os clubes em Portugal tenham uma equipa de futebol feminino», referiu Mónica Jorge.
Portugal está atualmente na 30.ª posição do ranking europeu no que diz respeito a atletas federadas no futebol, com 2.116 praticantes, muito longe da Alemanha, que lidera com 258 mil praticantes e até da Finlândia, que fecha o top 10 com 26 mil praticantes.

À escala nacional, o futebol feminino (futsal e futebol de praia incluídos) representa 3,66 por cento (5.906) do universo total de atletas federados, que é de 155.423.

Para aumentar a visibilidade do futebol feminino em Portugal, a FPF pretende ainda que até 10 jogos do campeonato sejam televisionados.
 
Números e dados do futebol feminino em Portugal:
17,8 % - aumento do número de praticantes federadas de 2014 para 2015;
38,2 % - número de jogadoras de futebol feminino nas camadas juniores;
3,66 % - percentagem de mulheres no universo total de atletas federados incluindo futsal e futebol de praia. Em 2014 era de 3,52 por cento;
5.906 – número de atletas femininos federados no futebol (futsal e futebol de praia incluídos);
2.116 – número de atletas femininos federados (só no futebol);
140 – aumento do número de praticantes no Porto, a associação que mais cresceu de 2014 para 2015;
Liga Feminina Allianz – é assim que se vai chamar o campeonato nacional feminino a partir de 2016/17. A parceria da companhia de seguros com a FPF é válida por três anos;
O Boavista é o único clube da Liga que está no principal escalão do futebol feminino.