Recebido na Assembleia da República, numa audição da Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) propôs a criação de uma autoridade administrativa destinada ao combate da violência e maiores punições para quem coloca em causa a integridade desportiva.

Para solucionar ambas as questões, Fernando Gomes afirmou a necessidade de «criação de uma autoridade administrativa exclusivamente vocacionada para a segurança e combate à violência no desporto, dotada de recursos e não apenas de atribuições e competências». Seguidamente, apelou a uma «maior eficácia na aplicação das medidas de interdição de acesso a recintos desportivos, «mudanças na política de apoios e regulação dos grupos de adeptos» e solicitou a avaliação de uma «possível retirada de benefícios aos promotores na comparticipação dos encargos com policiamento».

Fernando Gomes frisou ainda que a «FPF não tem intervenção nos regulamentos» e que o respetivo raio de ação é diminuto: «É só para ratificar ou não ratificar o que é aprovado na Liga. Estamos disponíveis para ajudar no sentido de criar um quadro sancionatório mais dissuasor.»

O presidente do órgão máximo do futebol nacional criticou igualmente a existência de diversos programas de opinião e comentário na televisão portuguesa. «Gostaria que esses programas fossem efetivamente sobre futebol. Estaríamos muito contentes se isso acontecesse», referiu.

Tendo em vista a promoção da «civilidade, convívio e do «fair-play»», Fernando Gomes mostrou-se ainda disponível para futuras alterações à Lei de Bases e ao Regime Jurídico das Federações Desportivas.