O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e vice-presidente da UEFA repudiou a eventual criação de uma Superliga europeia. «A hipótese de uma espécie de Superliga europeia merece o meu total desacordo e repúdio», afirmou Fernando Gomes, em declarações à Lusa.

As declarações surgem no seguimento das declarações do presidente demissionário do Barcelona, que revelou que o clube catalão aceitou participar na competição. Fernando Gomes considera que esta não premeia o mérito desportivo e não é uma prioridade, face à situação pandémica atual.

«Desacordo porque ela viola todos os princípios de mérito desportivo. Pelo que se sabe, seria uma espécie de clube de privilegiados autoproclamado. Merece o meu repúdio porque o mundo vive neste momento o seu maior desafio, pelo menos do último século, e a última coisa de que necessita é da exacerbação do egoísmo», explicou.

Também nesta quarta-feira, o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, frisou, em declarações à agência noticiosa AFP, que «a UEFA se opõe veementemente a uma Superliga».

«Os princípios de solidariedade, promoção, relegação e a abertura das ligas não é negociável. É isso que faz com que o futebol europeu funcione e que a Liga dos Campeões seja a melhor competição desportiva do mundo”, vincou o líder do organismo que rege o futebol europeu.

A UEFA crê que uma «Superliga de 10, 12 ou mesmo 24 clubes» se tornaria «inevitavelmente monótona» ao não permitir a entrada de outsiders entre a elite europeia.

Também a FIFA não está interessada na ideia, segundo as palavras do presidente Gianni Infantino, à AFP, na semana passada. «Como presidente da FIFA, interesso-me por um Mundial de Clubes, não por uma Superliga», atirou.